segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Não vai acabar, mas volta e meia, parece
Dizia eu a um amigo: «'tá uma humidade, put* que pariu.»
Responde-me ele: «humidade, nevoeiro, frio, sol; 2012 o mundo acaba, de certeza.»
O que eu me ri!
domingo, 12 de dezembro de 2010
Como diz?
Foi com especial curiosidade e interesse que me desloquei até ao Museu do Oriente, em Lisboa, para assistir ao Teatro Noh, com a peça Samurai Cristão (português, oi?), Sorin Otomo, do Sakurama Kai Group, um grupo muito simpático capaz de estar em seiza cerca de uma hora sem qualquer aparente desconforto.
Qual não foi o meu espanto, a dita cerca de uma hora passou-se sem eu - e mais uns quantos, julgo - ter percebido, literalmente, porra nenhuma.
É isso, foi tudo em japonês; claro. Mas, aparentemente, os 20 euros cobrados não incluíam qualquer tipo de tradução (em inglês que fosse), e, pior ainda, não existe qualquer aviso nem no site e descrição da peça nem tão-pouco no acto da compra dos bilhetes.
Conclusão: fui eu, mais uns quantos (pois no elevador juntamente com outras pessoas apercebi-me que não era o único a estar na mesma posição de às aranhas), perfeitamente ao engano.
Sendo certo que era no Museu do Oriente, penso ainda estar em Portugal.
Ainda bem que quando lá dei com os meus colegas uma demonstração e workshop de Aikido não me dirigi às pessoas também em japonês ou qualquer outro idioma. Seria, no mínimo, escaganifobético (ai, estava sedento de escrever esta palavra. Foi hoje!).
Como nota positiva valeu pelo desembainhar do sabre, pelo lindíssimo guarda-roupa e até alguns cânticos.
Nem tudo foi perdido nos 60 minutos (e não 90 como vem na descrição) de peça.
Domo
sábado, 11 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Harmonia no espaço, no tempo e no coração
O Último Samurai
«Imaginem três situações, todas elas numa paragem de autocarro: uma onde um indivíduo que se atrasou tem que correr, correr, correr para a paragem para conseguir apanhar o autocarro a tempo. Consegue, mas fartou-se de correr. A segunda, um outro indivíduo, chegou à mesma paragem com imensa antecedência. Depois de muito esperar, lá apanhou o autocarro. Mas pagou a factura da espera interminável. Finalmente, imaginem a terceira situação: um indivíduo, inclusivamente já com uma certa idade, sai de casa, caminha, caminha, caminha, ao seu ritmo, até alcançar a paragem e, no mesmo momento em que chega o autocarro o senhor entra na carruagem e segue o seu percurso. Não chegou nem atrasado nem teve de esperar. Não. Teve um ma-ai perfeito.»
Esta foi a melhor definição que já ouvi do conceito ma-ai, do ponto de vista da comunicação e percepção da mensagem. Um conceito muitas vezes referido na prática do Aikido.
Refere-se o ma-ai quando se quer falar da distância de segurança entre os dois praticantes que estão frente a frente. Se for demasiado longa, dificilmente conseguir-se-á executar uma qualquer técnica. Se for demasiado curta, podemos incorrer em riscos de segurança incalculáveis. Por isso por vezes se diz bom ma-ai! ou mau ma-ai!, estão demasiado próximos! E pronto; fica-se por aqui.
Mas não. O ma-ai é muito mais que isso. É também a distância de segurança ou distância harmónica não só no espaço, como também no tempo e até no coração.
Se no espaço acabo de dar um exemplo prático, quanto ao tempo ou à distância espácio-temporal, lá em cima está um excelente exemplo.
Mas como o sensei Tamura outrora disse, um grande Mestre de Aikido que nos deixou recentemente, o ma-ai também diz respeito ao coração. Não irei exemplificar. Deixo ao critério de cada um. Fica só a referência que o ma-ai também é coração e que também nele pode existir um bom ou mau ma-ai.
Quanto à citação livre que fiz no começo desta entrada, essa é do sensei António Vieira, cujos ensinamentos transmitidos recentemente num treino no qual estive presente ecoam sempre na minha cabeça com muita constância.
Por isso, e pela experiência partilhada, domo arigato sensei.
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Aikido
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
Aikido é Vida!
João Batalha na procura contínua
Dissertação da autoria do convidado João Batalha
Corria o ano de 1999, quando num ginásio da zona de Loures dei entrada pela primeira vez num local de treino (mais tarde soube que se chamava de dojo) de uma arte marcial que há muito admirava, mas que nunca tinha tido oportunidade de experimentar, vá-se lá saber porquê… coisas da vida. O Aikido.
Durante todos estes anos de prática, de quedas para lá e para cá, de tombos mais ou menos bem dados, de torções para a esquerda e para direita, ouvi muitas definições de AIKIDO:
“A via para a harmonização das energias” – a primeira definição que me foi apresentada pelo meu professor (e agora grande amigo) Fancisco Leotte, mas de repente questionei:
- Que é lá isso energias (isso é da EDP?), harmonização (então esta coisa não é para dar porrada nos outros?), a via? (isto lá é praticado numa estrada com várias vias?). Estes japoneses devem ser doidos…
“Aikido é Amor” – amor? Ainda pior!! Alguém sabe o que é isso? De amor? Agora vou ter uma namorada nova? (nota: e não é que fiquei com uma namorada nova.. e o melhor de tudo é que a minha mulher sabe e não refila... pouco lol).
“Aikido é Paz” – paz?? Então não andamos todos a dar cacetadas uns aos outros? A sermos projectados vezes sem conta, e ainda por cima levantamo-nos de seguida e dizemos… boa, muito bom, fizeste muito bem essa técnica… Irra, devemos ser doidos…
E por fim a minha opinião que foi sendo construída ao longo destes anos de prática e convivência com os meus colegas e agora Grandes Amigos como é o caso deste rapazito que produz este blogue.. o André.
“Aikido é...”, pois... no fim de contas ainda não sei o que é.
Uma coisa é certa e posso assegurar, mudou por completo a minha vida, a minha maneira de ver o mundo, a minha maneira de ser ao longo dos meus 30 e poucos anos de idade, deste modo o Aikido é:
- Uma constante mudança, e como a mudança é a maior constante da vida, o Aikido é VIDA!!
Aikido é Vida... e vida é Aikido!
Dissertação da autoria do convidado João Batalha
Nota do blogueiro:
O Batalha é um granda maluco e um bom rapaz. É casado, com dois filhos, sendo que um deles é jogador da bola. Ouvi dizer que é já quarentão. Não sei se é verdade, mas... de espírito não é de certeza. O que só lhe fica bem.
2º dan de Aikido, pratica desde 1999 e já dá aulas em Loures, no seu dojo no Ginásio Equilíbrio, há alguns anitos numa classe muito simpática. Para além do Aikido diz que ele e a informática andam de braço dado e diz que é um excelente massagista. Eu, no pouco contacto que tive com ele nessa matéria, sim, confirmo que é efectivamente um excelente massagista ou, se quiserem, um excelente relaxador.
Conhece-me desde pequenino, e desde então que me lembro de ver o João sempre em busca do que é verdadeiramente o Aikido. Como se vê, volvidos mais de dez anos ainda anda ele à procura. É bom sinal!
O que eu gosto no João é que é um pensador nato, no sentido em que não segue a carneirada só porque sim. Reflecte, analisa conforme os seus padrões e depois age em conformidade com os seus princípios. Isso é muito claro para mim, e é de louvar essa maneira de ser do João. De louvar também a sua imensa ajuda e participação na e com a direcção da ACPA desde o seu começo, em 2005.
Daqui vai um grande abraço para ti João, do teu amigo André. Obrigado por teres participado. :)
Nota do blogueiro:
O Batalha é um granda maluco e um bom rapaz. É casado, com dois filhos, sendo que um deles é jogador da bola. Ouvi dizer que é já quarentão. Não sei se é verdade, mas... de espírito não é de certeza. O que só lhe fica bem.
2º dan de Aikido, pratica desde 1999 e já dá aulas em Loures, no seu dojo no Ginásio Equilíbrio, há alguns anitos numa classe muito simpática. Para além do Aikido diz que ele e a informática andam de braço dado e diz que é um excelente massagista. Eu, no pouco contacto que tive com ele nessa matéria, sim, confirmo que é efectivamente um excelente massagista ou, se quiserem, um excelente relaxador.
Conhece-me desde pequenino, e desde então que me lembro de ver o João sempre em busca do que é verdadeiramente o Aikido. Como se vê, volvidos mais de dez anos ainda anda ele à procura. É bom sinal!
O que eu gosto no João é que é um pensador nato, no sentido em que não segue a carneirada só porque sim. Reflecte, analisa conforme os seus padrões e depois age em conformidade com os seus princípios. Isso é muito claro para mim, e é de louvar essa maneira de ser do João. De louvar também a sua imensa ajuda e participação na e com a direcção da ACPA desde o seu começo, em 2005.
Daqui vai um grande abraço para ti João, do teu amigo André. Obrigado por teres participado. :)
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Aikido
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
A chávena de café
Bebo café com a mão esquerda.
Porquê?
Porque toda a gente bebe com a mão direita? Não.
Bebo café pegando na pega da chávena com a mão esquerda pois como toda a gente sabe que por toda a gente beber café com a mão direita, toca tudo a ir beber com a mão esquerda, acabam por beber com a mão direita. E pensam: ah, ah! Já vos tramei!
Ora, então eu bebo com a mão esquerda pois como sei que toda a gente por saber que toda a gente vai fazê-lo acaba por beber com a mão direita, eu, por saber exactamente isso também, então bebo com a mão esquerda! Ah, ah! Já vos tramei!
Confusos? Também eu sim.
Faz lembrar aquela congressista, num qualquer Congresso de um partido político cá do burgo, que volta e meia disse: eu sei que o senhor sabe que eu sei que sabe que eu sei que o senhor sabe que sabe!
Bravo!
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Ernâni Rodrigues Lopes
Partiu Ernâni Rodrigues Lopes.
Portugal (para não me esticar mais) ficou intelectualmente (no mínimo) mais pobre.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Crianças pequenas
Duas crianças pequenas.
A saber: FC Porto e SL Benfica.
O primeiro apetece-lhe recordar episódios como, e transcrevo:
1 – Agressão à estalada a um amigo do guarda-redes Moretto em pleno Aeroporto de Lisboa;
2 – Agressões a um cidadão junto à Caixa Geral de Depósitos de Telheiras, na sequência de um estacionamento indevido;
3 – Desrespeito pelo trabalho de um jornalista e agressão a um repórter de imagem da RTP à saída de uma reunião com Hermínio Loureiro. Os relatos dizem ainda que um dos intervenientes pegou no microfone da estação e o atirou ao chão;
4 – Agressão a pontapé ao Team Manager do FC Porto, verificada em plena área técnica do Estádio da Luz e que, apesar do esforço de um dirigente para, previamente, desviar o foco das imagens, ficou inequivocamente registada;
5 – Invasão de um estúdio da SIC no decorrer de um programa em direto.
Vai daí, o SL Benfica responde qualquer coisa como, e transcrevo:
Co Adriaanse
Luís Fabiano
Derlei
Paulo Assunção
Adriano
Rodriguez
Costinha
Raul Meireles
Matt Fish (basquetebolista)
Paulo Martins (RTP)
Pedro Figueiredo (RTP)
João Pedro Silva (RTP)
Marinho Neves (jornalista)
Fotógrafo do JN atropelado à saída do tribunal.
Luís Fabiano
Derlei
Paulo Assunção
Adriano
Rodriguez
Costinha
Raul Meireles
Matt Fish (basquetebolista)
Paulo Martins (RTP)
Pedro Figueiredo (RTP)
João Pedro Silva (RTP)
Marinho Neves (jornalista)
Fotógrafo do JN atropelado à saída do tribunal.
E mais um sem número de pessoas que optaram pelo silêncio!
A todos a nossa solidariedade!
E eu penso para comigo: porra, que são mesmo criançolas. Ou ainda: porra, parece eu com os meus amigos, em amena cavaqueira sobre futebol, no café, na brejeirice.
Nada mais me ocorre, assim muito de repente.
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terça-feira, 30 de novembro de 2010
Disse Morihei Ueshiba, fundador do Aikido
As técnicas do caminho da paz mudam constantemente. Cada encontro é único e a resposta apropriada deve nascer naturalmente.
As técnicas de hoje devem ser diferentes das de amanhã. Não te deixes apanhar pela forma e aparência de um desafio. A arte da paz não tem forma - é o estudo do espírito.
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Aikido
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Finalmente!
O Rodrigo Batalha está finalmente inscrito na FPF pelo Casa Pia, soube ontem pelo seu pai.
Muito feliz me deixou sabendo que o enguiço foi completamente ultrapassado, tendo o Rodrigo inclusive já jogado frente ao Montijo e, na próxima quarta-feira, jogará frente ao Vitória de Setúbal no campo de Pina Manique. Não deve ser pêra doce.
Excelentes notícias, fresquinhas e que deixam um bem-estar no ar.
Parabéns aos Batalha e muitas felicidades!
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Futebol
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Qualidade literária
José Couto Nogueira, escritor, jornalista, tradutor e autor/apresentador televisivo, afirmou que o texto que se segue tem «qualidade literária».
E se ele o disse, é porque a tem.
Mas o texto não é meu; é de uma amiga que me obsequiou a sua publicação em primeira mão e em absoluto exclusivo.
Ora vejamos:
A noiva judia, Pedro Paixão
Ler A noiva judia, de Pedro Paixão, é aceitar viajar num mundo de histórias sem saber o destino. Porque juntos, leitor e escritor, entrelaçam-se em mundos interiores, em vidas que não se cruzam por acaso, tocando-se mutuamente em cada linha, em cada letra, uma atrás da outra. É como se cada frase dependesse da seguinte para existir. Como se cada uma tivesse uma cadência própria que lhe garante o ritmo e a combinação melódica das palavras que um dia todos dissemos em silêncio.
Vinte e seis histórias onde o amor se atravessa em cada esquina do coração e se espelha em cada passado e futuro, porque no presente nada cabe e tudo muda.
Há viagens de todos os tipos em Paixão. Aquela em que vamos sozinhos, aquela em que conhecemos alguém, e aquela em que não sabemos regressar porque esquecemos o caminho de volta. Ficamos ali, apenas, à espera que as mesmas palavras onde nos perdemos nos devolvam o norte. E viramos a página à procura da saída.
É por isso que ler A noiva judia, a primeira grande aventura de Pedro Paixão nas letras, tem tanto de inquietante como de tranquilizador. Como se tudo o que há para contar se alimentasse de uma oscilação literária permanente, de um duelo interminável entre alma cheia e vazia no corpo do escritor. Como se estivéssemos numa arena. E como se daqui nascesse no leitor uma sede da sua escrita.
O tempo escorrega inevitavelmente nos ponteiros das vidas dos personagens que habitam os contos deste livro, mais ou menos pequenos, mais ou menos reais, porque mais ou menos parecidos com a memória íntima de quem os lê.
No fundo, um autor que sabe fazer amor com as palavras como poucos outros, mesmo que as palavras não cheguem para contar o mundo: assim é Pedro Paixão.
CC, 16/11/2010
Por acaso, concordo que tenha qualidade literária. E vós? ;)
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
(ex-)Futebolista diferente de comunicador
Vi, a espaços - como se diz na gíria do futebol -, o jogo do Sporting frente ao Paços de Ferreira na SportTV.
O comentador de serviço era Nélson, antigo guardião do Sporting.
Fraquinho, muito fraquinho.
A SportTV detém (quase) todo o monopólio de conteúdos no que a futebol diz respeito (e já agora, não só); já em matéria de profissionais de comunicação a coisa não anda tão afinada.
Para além de Nélson, estou assim de repente a lembrar-me de Hélder, também, ex-jogador do Benfica.
Com o maior respeito que tenho por ambos os internacionais portugueses, a verdade é que os seus comentários são medíocres, roçando a banalidade de meras constatações. Não tenho aqui exemplos à mão pois poupei-me a esse trabalho.
Podem ter estado muito tempo no terreno. Ter feito muitos cortes. Muitos remates. Muitos sprints. Muitas defesas. Vitórias e derrotas. Conquistas e tristezas. São homens do futebol, que não haja dúvidas.
Mas uma coisa é ouvir estes senhores a falar, exprimir-se, comunicar, transmitir, raciocinar e discorrer, até; outra, é ouvir um António Tadeia, Freitas Lobo ou Carlos Daniel (nomes que me vêm ao acaso à cabeça).
Na SportTV, até o jornalista que relata o jogo entende e transmite melhor o que acontece no campo do que estes (e outros) comentadores.
Era interessante que a SportTV corrigisse este aspecto.
É que ao ver as partidas, até destoa a coisa.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Coisas de outros tempos
I take it you already know
Of tough and bough and cough and dough?
Others may stumble, but not you,
On hiccough, thorough, lough and through?
Well done! And now you wish, perhaps,
To learn of less familiar traps?
Beware of heard, a dreadful word
That looks like beard and sounds like bird,
And dead: it's said like bed, not bead -
For goodness sake don't call it deed!
Watch out for meat and great and threat
(They rhyme with suite and straight and debt).
A moth is not a moth in mother,
Nor both in bother, broth in brother,
And here is not a match for there
Nor dear and fear for bear and pear,
And then there's dose and rose and lose -
Just look them up - and goose and choose,
And cork and work and card and ward,
And font and front and word and sword,
And do and go and thwart and cart -
Come, come, I've hardly made a start!
A dreadful language? Man alive!
I'd mastered it when I was five!
Anonymous, 1965
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Outros
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Chuteiras penduradas
Rodrigo Batalha à direita na imagem
Há clubes de menor nomeada que por tricas alheias aos jovens jogadores usam-nos como arma de arremesso nas suas quezílias.
É o que jovens jogadores e seus pais vieram denunciar via jornal Record numa reportagem de duas páginas.
Reza a história que o jogador Diogo Martins de 16 anos, atleta do CAC (Clube Atlético e Cultural, da Pontinha), depois de ter a hipótese de ir jogar para o Casa Pia, não é libertado pelo primeiro clube sem antes receber mil euros em troca. Ora, como o Casa Pia e o CAC têm umas quaisquer divergências, um não liberta o jogador sem receber o pingo e o outro não está disposto a largar a nota. É que, e cito livremente, «há clubes com que nos damos bem, há outros que não... portanto uns pagam, outros não», sublinha Vítor Cacito, Presidente do CAC.
Como entre clubes não havia consenso, lá teve de ser o pai do Diogo Martins a desembolsar 700 e tal euros (conseguiu baixar ligeiramente a verba, entretanto).
O Presidente do CAC alega que é para compensar as despesas que tem com estes jogadores, referindo nomeadamente o pagamento de água e luz, o que é engraçado. Já o pai do jogador deve-se ter rido desalmadamente e responde que às vezes os próprios pais é que tinham de levar os jogadores aos campos do adversário nas suas viaturas particulares, por exemplo.
Até aqui tudo bem, mas o grande problema que se coloca é que há pais que obviamente não têm disponibilidade financeira para andar a brincar às transferências como se estivessem a jogar Football Manager e, por outro lado, o facto do não ata nem desata fazer com que estes jovens jogadores fiquem meses a treinar nos seus novos clubes mas sem depois poder competir ao fim-de-semana.
Trago isto à baila pois dos três jogadores referidos nesta reportagem um deles conheço pessoalmente. O Rodrigo Batalha, filho de um bom colega e amigo meu do Aikido.
O Rodrigo está numa situação em tudo semelhante ao do jovem Diogo Martins, mas preso ao GS Loures. Também com uma verba a pagar de mil euros.
«O que me apetece dizer sobre a situação é que é indigno. Nós gostamos de jogar futebol e lutamos por aquilo que queremos. A situação podia resolver-se de uma forma simples mas não se resolve», diz Rodrigo ao Record, médio/extremo de 16 anos.
Já o Batalha pai, ao pé-de-atleta, diz que o seu sentimento é de «revolta e pasmo». Primeiro, porque o João Batalha foi inclusive preparador físico do clube. Depois, porque quer pai (no apoio ao clube em matéria de medicamentos e material de enfermagem uma vez que era tudo canalizado para os séniores, entre outros) quer filho (um extremo que nas duas últimas épocas foi o melhor marcador da equipa no seu escalão e considerado um dos melhores jogadores de todos os escalões) muito deram ao clube. Ter agora, como retorno, zero, é o que desgosta a família Batalha: «depois de ter dado tudo ao clube, depois de muitas vezes levar os atletas no meu próprio carro para as deslocações fora de casa, depois do material que levei para a enfermagem, depois de ter lá estado um ano a dar no duro para ajudar os miúdos e consequentemente o clube, não têm a sensatez de dizer: bom, ele até ajudou o clube, vamos ajudar o Rodrigo e deixá-lo sair sem compensação alguma, para ele poder evoluir como jogador e pessoa. Nada! Nem um pingo de sensibilidade com a situação», remata o Batalha pai.
A falta de sensibilidade é tão notória que, na última reunião que Batalha teve com a direcção do clube perguntaram-lhe se «podia ajudar o clube este ano outra vez como preparador físico. É óbvio que perante isto, o meu sentimento é de revolta e pasmo», conclui.
Já o Batalha pai, ao pé-de-atleta, diz que o seu sentimento é de «revolta e pasmo». Primeiro, porque o João Batalha foi inclusive preparador físico do clube. Depois, porque quer pai (no apoio ao clube em matéria de medicamentos e material de enfermagem uma vez que era tudo canalizado para os séniores, entre outros) quer filho (um extremo que nas duas últimas épocas foi o melhor marcador da equipa no seu escalão e considerado um dos melhores jogadores de todos os escalões) muito deram ao clube. Ter agora, como retorno, zero, é o que desgosta a família Batalha: «depois de ter dado tudo ao clube, depois de muitas vezes levar os atletas no meu próprio carro para as deslocações fora de casa, depois do material que levei para a enfermagem, depois de ter lá estado um ano a dar no duro para ajudar os miúdos e consequentemente o clube, não têm a sensatez de dizer: bom, ele até ajudou o clube, vamos ajudar o Rodrigo e deixá-lo sair sem compensação alguma, para ele poder evoluir como jogador e pessoa. Nada! Nem um pingo de sensibilidade com a situação», remata o Batalha pai.
A falta de sensibilidade é tão notória que, na última reunião que Batalha teve com a direcção do clube perguntaram-lhe se «podia ajudar o clube este ano outra vez como preparador físico. É óbvio que perante isto, o meu sentimento é de revolta e pasmo», conclui.
Até no Casa Pia Rodrigo tem mais tempo para os estudos, uma vez que os treinos no clube terminam mais cedo do que acontecia no GS Loures. Mas quero acreditar que será só mais um obstáculo - ultrapassável - na carreira do Rodrigo. Até porque coisa que nunca deixou para trás foram os estudos. Portanto quanto a isso, pessoalmente, estou tranquilo.
O João Batalha brevemente irá mandar aqui no meu espaço umas larachas sobre Aikido. Stay tuned, como diz o outro.
Nota: reportagem Record da edição de 13 de Novembro, passado Sábado, pelo jornalista Miguel Amaro.
Nota: reportagem Record da edição de 13 de Novembro, passado Sábado, pelo jornalista Miguel Amaro.
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Futebol
terça-feira, 16 de novembro de 2010
You're so fucking special
Uma das coisas que me ficaram atravessadas no filme A Rede Social foi justamente a sua banda sonora. Excelente. E a encaixar per-fei-ta-men-te na obra.
Ora cá segue um exemplar.
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Música
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
A minha Via!
Eugénio a massacrar o André
Dissertação da autoria do convidado Evgeniy Domin (Eugénio)
Bem, aqui o André pediu-me para escrever um texto sobre o aikido.
Como o nosso amigo Alexandre já explicou o que é o aikido, acho que não faz muito sentido estar a repetir-me.
Posso dizer que partilho o mesmo sentimento em relação ao aikido e como as alterações que as horas que temos no "tapete" nos influenciam.
O que poderia mais ser dito? Sinceramente não sei, portanto vou contar a minha caminhada no mundo das artes marciais no geral, e no aikido em particular.
A primeira vez que vesti um kimono (ainda na Ucrânia) tinha 6, 7 anos. Treinei karate uns anos até sair do país e, segundo me diziam, tinha jeito para a coisa. Chegando a Portugal estive uns anos parado até que apareceu a oportunidade de voltar a treinar karate, outro estilo, mas lá no fundo para um puto daquela idade pouca diferença fazia. Lá fui, todo contente, e algum tempo depois fiz exame para cinto amarelo. Pouco tempo depois o clube onde eu treinava fechou.
Chateado com a situação decidi começar a frequentar um ginásio. Os meus pais levaram-me então ao ginásio onde treino e dou treinos até hoje e, ao ver as modalidades existentes, o meu pai sem hesitar disse que eu ia fazer aikido, porque um dia ele tinha visto um vídeo do O'Sensei e tinha achado aquilo formidável.
Seguidamente os meus pais levaram-me lá para falar com o professor, apanhámos o fim do treino e estive todo entusiasmado a ver o pessoal a fazer umas projecções e quedas que me despertaram grande interesse na coisa.
Depois de conversar com o Nelson (o meu sensei desde sempre e Presidente da ACPA), que ficou um pouco surpreso por ter que lidar com um miúdo de 12 ou 13 anos, comecei a treinar.
Após os primeiros meses a aprender a parte chata, e para a qual eu não tinha jeito nenhum (quedas), comecei a gostar do que fazia e a perceber que estava a conhecer uma nova família, primeiro no dojo, e com tempo na Federação graças aos estágios e encontros.
Posso dizer que passados 2 ou 3 anos de treino já não me imaginava sem levar com as bocas dos meus colegas que conseguiam fazer com que eu saísse do treino sempre bem-disposto, independentemente do estado de espírito com que subia para o tapete, era o tal reset que o Alexandre referia.
O treino foi trazendo momentos felizes e menos felizes pois quando se superava algum erro aparecia sempre outro, e outro, isso chateava-me pois eu não conseguia perceber porque é que não se conseguia aprender tudo de uma vez, (acho que numa altura do treino todos os praticantes sentiram o mesmo). Essa frustração foi desaparecendo com o tempo visto que comecei a perceber que o que se passava comigo era normal.
Chegou ao dia em que tinha a hipótese de realizar um dos sonhos de criança. Chegou o dia do exame de cinto negro, o dia pelo qual eu esperava com grande ansiedade. Correu normalmente mas será um momento que nunca esquecerei, ate porque o júri constituído pelos senseis que me foram instruindo nos estágios, durante o anúncio das graduações perderam o meu nome, sinceramente, no momento em que eu esperava ouvir o meu nome e ouvi o nome dum colega meu. Caiu-me tudo.
Pois não senti que tinha feito exame para não passar logo ali naquele momento sem ter que repetir alguma coisa. Mas pronto lá se resolveu e no fim de tudo fui o mais aplaudido. :)
E pronto cá andamos, ainda hoje, a tentar ultrapassar os erros que ainda sobram…
Dissertação da autoria do convidado Evgeniy Domin (Eugénio)
Nota do blogueiro:
O Eugénio é ucraniano mas está em Portugal desde pequenino. Por isso, é quase mais português do que propriamente ucraniano. Pouco mais novo que eu, está no 3º ano de Engenharia de Electrónica e Telecomunicações e de Computadores (que nome) no ISEL. Portanto, será certamente um Sinhor Inginheiro do mais alto gabarito.
Com a graduação de 1º Dan, já há algum tempo que dá aulas de Aikido no Ginásio Corpos - 7 casas, em Loures, como assistente e aluno mais graduado do seu sensei Nelson.
O Eugénio e eu, não só pela idade próxima que temos como também pela convergência de ideias sobre a arte, somos bons amigos de tapete e partilhamos um gosto imenso não só em treinar juntos como divagar em longas conversas sobre Aikido e sobre a vida.
Um bom companheiro o Eugénio. Tem sido, sempre.
Obrigado, meu amigo, por teres participado no meu singelo blogue.
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Delito delatável
Pedro Correia fez o obséquio de linkar o meu blogue no seu blogue, o Delito de Opinião.
Escusado será dizer que o Delito é nada mais nada menos que um dos blogues de referência da nossa blogosfera.
Sendo certo que limitei-me, eu próprio, a linkar para o seu blogue, a verdade é que o inverso não tinha de todo que verificar-se.
Mas verificou-se. E por isso, obrigado Pedro e obrigado Delito de Opinião.
Visitem; vale a pena.
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Em modo teenager
Rita Redshoes no Hard Club
Coisa que nunca tive foi pancadas por músicos ou similares. Nem cartazes no quarto ou histerias patéticas por este ou aquele artista. Nada. Aliás, música comercial nem foi sequer nunca o meu forte, passe o elitismo encapotado.
Mas esta miúda; esta miúda anda a tirar-me do sério. Ó para isto. Meter fotos dela no meu blogue pessoal e tudo? É, aliás, bem pior do que ter um qualquer poster dela no meu quarto.
Começo a ficar preocupado. E sobretudo, com vergonha.
Agora depois de teenager é que me deu para isto? Ai, jesus.
Nota: Foto roubadíssima do seu Facebook. Um obrigado especial ao Mark Zuckerberg por me proporcionar momentos como este.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Joju
Certa vez, Joju perguntou ao mestre Nam Cheon:
- Qual é o verdadeiro caminho?
Nam Cheon respondeu: - A mente quotidiana é o verdadeiro caminho.
- Então devo tentar mantê-la ou não?
Nam Cheon disse: - Se a tentares manter, já estás enganado.
- Se não a tentar manter, como poderei compreender o caminho verdadeiro?
Nam Cheon respondeu:
- O verdadeiro caminho não depende de compreender ou não compreender. Compreender é ilusão; não compreender é confusão. Se alcançares na perfeição o verdadeiro caminho do não pensamento, será como o espaço, límpido e vazio. Então porquê distinguir certo e errado?
Joju escutou e obteve iluminação.
O que alcançou Joju?
- Qual é o verdadeiro caminho?
Nam Cheon respondeu: - A mente quotidiana é o verdadeiro caminho.
- Então devo tentar mantê-la ou não?
Nam Cheon disse: - Se a tentares manter, já estás enganado.
- Se não a tentar manter, como poderei compreender o caminho verdadeiro?
Nam Cheon respondeu:
- O verdadeiro caminho não depende de compreender ou não compreender. Compreender é ilusão; não compreender é confusão. Se alcançares na perfeição o verdadeiro caminho do não pensamento, será como o espaço, límpido e vazio. Então porquê distinguir certo e errado?
Joju escutou e obteve iluminação.
O que alcançou Joju?
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Artes Marciais
domingo, 7 de novembro de 2010
Just do it
O mote da nike é sobejamente conhecido. Just do it.
De vez em quando lá faço referência a isso mesmo nas minhas aulas. O just do it.
Quando me perguntam «está bem?», «estou a fazer bem?» a minha resposta é sincera: «bom, está bem, mas não tão bem como estará amanhã. Just do it!».
O perguntar se se está a fazer bem é uma chamada de atenção para saber se nos encontramos na estrada certa ou não. Mas o papel de um sensei é, naturalmente, certificar-se que os seus alunos se encontram de facto nessa estrada. Numa estrada que os leve em direcção ao cume de uma montanha. Numa estrada, digo, pois há várias. Mas uma, chega.
Por isso, confesso, quando digo just do it, o que eu quero mesmo dizer é não te rales, homem, deixa a parte de ver se estás no caminho certo ou não para mim e desfruta do treino.
O papel do praticante é, por isso, percorrer o caminho. E desfrutar.
Quando tropeçar numa qualquer pedra, não faz mal: estarei lá para ampará-lo, espero.
Por isso, just do it.
Pode ser que amanhã atinjas o cume. Para já, continua a caminhar, que também eu continuo a percorrer o meu caminho, o meu do.
De vez em quando lá faço referência a isso mesmo nas minhas aulas. O just do it.
Quando me perguntam «está bem?», «estou a fazer bem?» a minha resposta é sincera: «bom, está bem, mas não tão bem como estará amanhã. Just do it!».
O perguntar se se está a fazer bem é uma chamada de atenção para saber se nos encontramos na estrada certa ou não. Mas o papel de um sensei é, naturalmente, certificar-se que os seus alunos se encontram de facto nessa estrada. Numa estrada que os leve em direcção ao cume de uma montanha. Numa estrada, digo, pois há várias. Mas uma, chega.
Por isso, confesso, quando digo just do it, o que eu quero mesmo dizer é não te rales, homem, deixa a parte de ver se estás no caminho certo ou não para mim e desfruta do treino.
O papel do praticante é, por isso, percorrer o caminho. E desfrutar.
Quando tropeçar numa qualquer pedra, não faz mal: estarei lá para ampará-lo, espero.
Por isso, just do it.
Pode ser que amanhã atinjas o cume. Para já, continua a caminhar, que também eu continuo a percorrer o meu caminho, o meu do.
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Aikido
sábado, 6 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
O 12º Trabalho
Dissertação da autoria do convidado Paulo Reis Costa
A minha consciência diz-me que tenho mesmo de vos mencionar que sou um enviado do Olimpo em busca da glória ao cabo do meu 12º Trabalho – “Harmonizar todas as energias do Universo”. Só depois de concluir esta tarefa dantesca é que obtenho um lugar cativo “inter pares” no Olimpo.
O meu verdadeiro nome é Alfa Zema e sou filho da deusa Nike (deusa grega da Vitória) e do deus Dionísio (Baco para os Romanos e para os amigos). Nasci de parto natural, porque Július Caius Caesar ainda não tinha nascido e como tal todos os partos até essa altura eram… normais.
Outrora conhecido em perigos e guerras esforçados por Erminio O Libertador da Germânia, por Gengis Khan - grande estratega mongol que dominou praticamente toda a Ásia, também por George Smith Patton, comandante do 3º Exército dos EUA na Operação Cobra… entre outros… e só uma vez por “Belle Dominique”, mas isso porque perdi uma aposta e… isso agora não interessa para nada.
Voltando ao meu 12º Trabalho … Foi-me indicado que existia entre os mortais uma arte marcial a que chamam de AIKIDO e que o seu último intento é harmonizar a energia universal. Óptimo, era isto mesmo que eu procurava!!!
Todavia as coisas não são bem assim… senão vejamos…
1ª Aula
Desconfiei que a coisa não ia correr lá muito bem porque ao entrar no Dojo dei de caras com pessoal com trajes um pouco estranhos. Pensei "Bom! A partir de agora, todo o cuidado é pouco...", mal sabia eu...
À hora marcada lá apareceu ele - o grande Sensei. Sorridente e confiante.
Depois da troca de cumprimentos e da conversa de circunstância começámos as saudações seguidas por um aquecimento com uns exercícios que, a julgar pela cara do restante pessoal, eram de um gosto algo duvidoso. Anquinhas para um dos lados, bracinhos para o outro, mas do mal o menos. Pensei para comigo, isto não pode piorar. Diz-me o Sensei "Ai não pode?". Até me arrepiei todo, mas o Sensei também lê os pensamentos? Pediu-nos então que executássemos algumas sequências de esquiva em velocidade. Como é meu apanágio, dei o meu melhor. O Sensei pestanejou duas vezes e perguntou se não havia por ali nenhuma faca. Mau! Mas será que a minha técnica é assim tão ruim que ele prefere suicidar-se a corrigir-me? "Calma Sensei!!!", disse-lhe eu, "Eu consigo fazer melhor... dê-me mais uma oportunidade...". Um pouco mais adiante no treino e perante a ineficácia das minhas esquivas, o Sensei, bondosamente, resolve exemplificar qual a diferença entre uma técnica feita por mim (ou uma batata) e uma técnica executada por um perfeccionista da matéria… enfim… e assim acabou a aula com um estranho dizer “Ali Gato Goza Aí Mais Tarde!!!” - Hummm !!! Das duas uma, ou é um código qualquer para combinar um jantar para mais tarde… ou é alguém que me quer fazer a folha depois da aula.
Estágio
Dias depois… Tive a oportunidade de estar presente naquilo a que os mortais chamam de “estágio”, desta feita, com um Sensei que vinha lá da terra da Flandern…
Da Flandern ou não, Sensei que é Sensei, tem a obrigação de prestar atenção a todos os seus alunos e, assim sendo, ele decidiu que um tal de chosen também tinha direito à vida (ou seria à dor?) e chamou-o para exemplificar umas técnicas.
Nunca tinha visto uma pessoa mexer-se e remexer-se tanto. Ele era "técnicas" nas costelas flutuantes, eram "chaves" aos pulsos, eram "toques" nos tendõezinhos mais tenrinhos que o corpo tem. Foi uma maravilha. Quem reparasse atentamente na cara do chosen podia aperceber-se do quão gratificante a experiência estava a ser.
Ele era chosen para a esquerda, chosen para a direita, chosen para cima, chosen para baixo... como dizia aquele anúncio da água "...tudo com chosen.. chosen com tudo..."
Foi então que uma mão se pousa no meu ombro e uma voz de um outro sábio Sensei me diz “Meu rapaz, AIKIDO é Amor, não duvides!!!” … Eu acenei com a cabeça e disse “Sim! Sim! Sensei… AIKIDO é Amor”… Livra… Pensando eu que me estava a livrar de uma demonstração de afecto… só que à estranha voz de coque iôô o sábio Sensei senta-se à minha frente… pronto, lá vou eu enfardar, pensei … Mas não, gentilmente o Sensei começa por explicar-me o que é o KOKYU HO… “Pensa que estás a agarrar numa caneca de cerveja com as duas mãos… “
Boa! haja alguém que fala a minha linguagem.
“…e que queres levá-la à boca … depois apontas os teus indicadores às axilas do teu oponente…” Espera lá… o meu pai faz isto com uma caneca de verdade e ao fim de 8 rodadas cai sozinho!!! Hummm… Penso que estou no caminho certo…
Apraz-me dizer que quando for um grande mestre hei-de seguir estes ensinamentos.
Dissertação da autoria do convidado Paulo Reis Costa
Nota do blogueiro:
O Costa, como é carinhosamente tratado pelos seus companheiros de treino, segundo julgo saber. O Paulo não pratica há muito tempo. Pouco mais de um ano, penso. Mas lembro-me perfeitamente da primeira vez que treinei com ele. Foi no Clube Desportivo Pinhalnovense, em Pinhal Novo, pois claro.
Apesar de ainda novato na coisa, na retina ficou-me o seu genuíno entusiasmo e sede em aprender mais. Mas não de uma forma desmesurada, como facilmente muitas vezes se cai nesse erro. Não. A sede de aprender é muita, mas tem a tranquilidade de saber que é necessário dar um passo de cada vez e de que nada serve meter a carroça à frente dos bois.
Parecendo que não... é uma característica essencial para que um dia mais tarde, quiçá, o Paulo possa vir a ser um grande mestre, efectivamente. Se nunca desistir, eu cá não tenho a menor dúvida.
Obrigado Paulo, pelo divertidíssimo texto. Mesmo! :)
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Aikido
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Obrigado Kustov!
Pelo lindo banner que me ofereceste.
Obrigado, sobretudo, pela paciência.
A ti to devo.
Não se esqueçam, já agora, de dar uma vista d'olhos no site criado pelo Kustov.
O Guitar Vs Godzilla.
Obrigado, sobretudo, pela paciência.
A ti to devo.
Não se esqueçam, já agora, de dar uma vista d'olhos no site criado pelo Kustov.
O Guitar Vs Godzilla.
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Outros
domingo, 31 de outubro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
Às 23h19
Recebo no telemóvel (via Vodafone/Público):
- Eduardo Catroga e Teixeira dos Santos assinaram ontem às 23h19 o acordo que permitirá viabilizar o OE 2011.
Não, não. Está tudo parvo? Foi às 23h19. Não foi às 23h18 nem tão-pouco às 23h20.
Então? Mas andamos a brincar, ou quê? Vamos lá fazer bom jornalismo pondo os pontos nos ii.
Mau...
Rigor, isenção e objectividade. Sempre! Semper fi! Já diziam os marines.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
I have a dream...
"Há momentos em que sente que escreveu exactamente aquilo que queria escrever?
São aqueles em que sentimos "é isto". Os bons momentos parece que nos são oferecidos, que não nos pertencem. Nunca releio os meus livros. É um paradoxo, porque escrevemos os livros que gostávamos de ler e depois não os lemos. E, se leio, começo logo com vontade de corrigir aquela porcaria toda."
António Lobo Antunes, à Revista Única do Expresso.
Tenho o sonho de um dia escrever um livro.
Por curiosidade fui verificar: o génio Lobo Antunes escreveu a sua primeira obra aos 37 anos de idade.
Depois, pensei para comigo: foda-se.
São aqueles em que sentimos "é isto". Os bons momentos parece que nos são oferecidos, que não nos pertencem. Nunca releio os meus livros. É um paradoxo, porque escrevemos os livros que gostávamos de ler e depois não os lemos. E, se leio, começo logo com vontade de corrigir aquela porcaria toda."
António Lobo Antunes, à Revista Única do Expresso.
Tenho o sonho de um dia escrever um livro.
Por curiosidade fui verificar: o génio Lobo Antunes escreveu a sua primeira obra aos 37 anos de idade.
Depois, pensei para comigo: foda-se.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Diagnóstico? Sim. Solução? Não.
O diagnóstico da economia portuguesa está traçado. Milhões e milhões de dívidas, vai-nos contando Medina Carreira agora todas as semanas não obstante Portugal não estar propriamente tão mal na fotografia quanto se faz transparecer quando comparado com outros parceiros europeus.
No outro dia, tomei igualmente conhecimento do diagnóstico traçado por Daniel Bessa e João César das Neves.
Até aqui, tudo bem também. Tudo claro. Tudo cristalino. Três diagnósticos na mouche.
Mas cascar no ferido Portugal - sofrendo da actual conjuntura mas também, como não podia deixar de ser, de devaneios de políticos, politiqueiros e politiquices, com certeza - começa a ser já tradicional. É fácil: o diagnóstico está mais do que traçado. Os números estão aí, os gráficos também. Tal como disse Guterres: é fazer as contas...
É que cascar no ferido Portugal, quanto a mim, nenhum mal advém daí.
O problema está quando - depois do diagnóstico - as soluções são só superfluamente afloradas.
Pouco mais se avista senão a constatação de factos contribuindo pouco ou nada na busca de novas soluções, de novos medicamentos, de novas receitas.
O diagnóstico está feito. Falta o resto; tudo o resto.
sábado, 23 de outubro de 2010
Estás enquadrado, normalizado, encaixado, limitado e tens uma porra de um orgulho nisso
Por Marisa, aqui
"Tens emprego, um tecto a que podes chamar teu desde que não te distraias com nenhum mês de renda, um portátil e um carro aceitável, reuniões durante a semana, saídas ao fim-de-semana, tão injusta esta proporção, e tiras férias em Agosto e passas o Natal com os teus pais em Dezembro. Tens uma vida normal e és tão orgulhoso nisso. Estás enquadrado, normalizado, encaixado, limitado e tens uma porra de um orgulho nisso. Viva para ti que ainda tinhas um lugarzinho à tua espera no rebanho da igualdade, fraternidade e perfeição (a liberdade é só uma maluca, como diz o Palma, não ligues ao que te grita) e conquistaste-o por mérito próprio, seguidor perfeito de doutrinas e outras religiões.
Tens pressa. Estás sempre cheio de pressa (mas para chegar aonde?). Tens sempre que ir a algum lado (aonde vai afinal toda a gente quando diz que tem de ir?). Corres muito. Corres demais. Não corras tanto, tens pressa para quê? Deixaste de ter sonhos. Em vez disso tens a cabeça entupida de projectos – para o trabalho, para um texto, para as férias e para a vida em geral. Sabias que é cientificamente provado que a maioria dos projectos falha? Ainda assim, planeias demais e preocupas-te demais. Respondes com “vai-se andando” e com “é a vida” à quietude dos dias que se consomem lentos. Jogas no Euromilhões religiosamente todas as semanas, confiante que bastaria isso. Estás submerso em frases feitas, ideias feitas, histórias que te fazem. E não questionas. Estás a todo o momento a provar(-te) e nunca basta. Fear me or revere me but please think I’m special.
O inesperado passou a ser um obstáculo à certeza que tu gostas de ter e o imprevisível é só quando sais a horas do trabalho. Viste aquele cartaz da Sumol sobre o ser original e tentaste convencer-te que aquilo é para quem não cresceu e ainda não conhece nada do mundo. Mas há dias em que te olhas no espelho e acreditas que podes recomeçar de novo. Once upon a time. Tem a coragem de acreditar. Ousa fazê-lo. Segura-te ao que puderes, não os oiças, eles não sabem nada de ti e tu não sabes nada deles. Deixa que te estranhem, que questionem, que suspeitem e, mesmo tentando, não compreendam. Ainda vais a tempo de te tornar em quem és. Irrepetível. Vive sem rede, vive em directo. Unplugged. No final, não há esse tempo que te escapa em correria. No final, és só tu contigo. Por isso vai ver-te ao espelho. E não regresses."
"Tens emprego, um tecto a que podes chamar teu desde que não te distraias com nenhum mês de renda, um portátil e um carro aceitável, reuniões durante a semana, saídas ao fim-de-semana, tão injusta esta proporção, e tiras férias em Agosto e passas o Natal com os teus pais em Dezembro. Tens uma vida normal e és tão orgulhoso nisso. Estás enquadrado, normalizado, encaixado, limitado e tens uma porra de um orgulho nisso. Viva para ti que ainda tinhas um lugarzinho à tua espera no rebanho da igualdade, fraternidade e perfeição (a liberdade é só uma maluca, como diz o Palma, não ligues ao que te grita) e conquistaste-o por mérito próprio, seguidor perfeito de doutrinas e outras religiões.
Tens pressa. Estás sempre cheio de pressa (mas para chegar aonde?). Tens sempre que ir a algum lado (aonde vai afinal toda a gente quando diz que tem de ir?). Corres muito. Corres demais. Não corras tanto, tens pressa para quê? Deixaste de ter sonhos. Em vez disso tens a cabeça entupida de projectos – para o trabalho, para um texto, para as férias e para a vida em geral. Sabias que é cientificamente provado que a maioria dos projectos falha? Ainda assim, planeias demais e preocupas-te demais. Respondes com “vai-se andando” e com “é a vida” à quietude dos dias que se consomem lentos. Jogas no Euromilhões religiosamente todas as semanas, confiante que bastaria isso. Estás submerso em frases feitas, ideias feitas, histórias que te fazem. E não questionas. Estás a todo o momento a provar(-te) e nunca basta. Fear me or revere me but please think I’m special.
O inesperado passou a ser um obstáculo à certeza que tu gostas de ter e o imprevisível é só quando sais a horas do trabalho. Viste aquele cartaz da Sumol sobre o ser original e tentaste convencer-te que aquilo é para quem não cresceu e ainda não conhece nada do mundo. Mas há dias em que te olhas no espelho e acreditas que podes recomeçar de novo. Once upon a time. Tem a coragem de acreditar. Ousa fazê-lo. Segura-te ao que puderes, não os oiças, eles não sabem nada de ti e tu não sabes nada deles. Deixa que te estranhem, que questionem, que suspeitem e, mesmo tentando, não compreendam. Ainda vais a tempo de te tornar em quem és. Irrepetível. Vive sem rede, vive em directo. Unplugged. No final, não há esse tempo que te escapa em correria. No final, és só tu contigo. Por isso vai ver-te ao espelho. E não regresses."
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Outros
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Este é para ti, M.
«José Mourinho foi designado pela IFFHS como o 3.º melhor treinador da última década. Arséne Wenger, 1.º. Alex Ferguson, 2.º. Manuel José, na 54.ª posição, aparece empatado com Pep Guardiola. António Oliveira é referido na lista, na 85.ª posição»
Link aqui.
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Futebol
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Não é fake!
Notícia de última hora: afinal aqueles vídeos do Rubik's Cube onde a malta resolve aquele puzzle a uma velocidade fantástica não são fake!
Pois ia eu no metro no outro dia e vejo um tipo de volta do cubo, a solucioná-lo rapidamente. Isto ao vivo, em directo, a cores e in loco.
Espectacular!
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Pessoal
domingo, 17 de outubro de 2010
O já tradicional populismo dos media
Há pouco no Tempo Extra com Rui Santos uma das entradas do programa apontava para algumas imagens de bilhetes do calcio em Itália enviadas pelos telespectadores para o conhecido jornalista.
Estes bilhetes tinham os preços de 10€, outros 15€, outros 17€, por aí fora. Quer para a Taça de Itália quer para a Série A italiana.
Ena que espectáculo. Leitura do espectador em estado vegetativo: porra, lá fora os bilhetes são bem mais baratos do que em Portugal, ora que porra, pá. Somos sempre comidos, nós tugas.
Caro tuga, não faz mal. Aquilo foi só uma montagem e compilação de várias imagens.
Vou enviar para o Rui Santos imagens digitalizadas do meu bilhete Estoril-Sporting a 8€ (bancada central), do meu Sporting-Benfica a 15€ (bancada central) do meu Porto-Sporting a 15€ (atrás da baliza) e por aí fora. Pode ser que, em alternativa, Rui Santos pegue neste conjunto de imagens e decida porventura destacá-las também no seu programa.
Pronto, só para o tuga assim de repente concluir: porra pá, afinal cá em Portugal os bilhetes não são assim tão caros como isso. Coa breca!
Foi uma bojarda engraçada mandada assim para o ar por Rui Santos que pouco ou nada falou sobre este assunto, mas, como é timbre deste tipo de programas televisivos, a desinformação reinou. Viva o populismo.
Porque para ir a um estádio de futebol não é preciso largar 50€, antes pelo contrário.
Adenda: Numa passagem rápida pelos sites dos três grandes é possível verificar que um português pode ir assistir a um jogo europeu do Sporting versus Gent a 20€ e de um Benfica versus Paços de Ferreira também a 20€. No site do FC Porto não havia qualquer informação. E melhor, melhor, é este aqui, Sporting versus Rio Ave no próximo Domingo. Até temos bónus, ora vejam: 10€. Se há bilhetes mais caros? Há, sim. Se os há mais baratos? Sim, também, claro.
É chato verificar que um jornalista não engloba na análise todos os dados. Não é chato; é uma realidade dos media hoje em dia. A construção de uma realidade. Principalmente aquela que dê mais audiência e, por consequência, mais pingo.
Nota: tinha uma etiqueta com o nome Televisão, mas não fazia qualquer sentido. Uso outra agora, em substituição, de nome Media; tentarei, por isso, doravante, tecer mais considerandos sobre esta matéria principalmente para que não se promova ainda mais a já tão instalada iliteracia dos media, como eu lhe chamo.
Ainda o 5 de Outubro...
Um velho conhecido, Duque de Saldanha, costumava contar-me que, quando ia a entrar numa auto-estrada e se deparava com a portagem dizendo retire o título dizia-me ele em tom jocoso:
Ah, cabrões dos republicanos, pá!
Nota: história, naturalmente, com direitos de autor.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Aikido e a Luz
Dissertação da autoria do convidado Alexandre Francisco
Biliões de pessoas têm Messenger e utilizam-no de modo a poderem comunicar com amigos, conhecidos, familiares, etc. Normalmente durante essas comunicações alguns de nós não utilizam o seu nome próprio como apresentação mas sim frases ou algum tipo de "nicks".
Nos últimos tempos tenho-me apresentado no meu Messenger com a seguinte frase: "Todos caminhamos em direcção à luz... até lá… vive!".
Para alguns de vocês esta frase não é nova, pois por motivos de alguma infelicidade teve algum mediatismo nos tempos recentes. Esta frase veio como publicidade a um filme de nome Contraluz do realizador Fernando Fragata. Filme este que foi publicitado pelo já falecido actor António Feio.
Um trailer sobre o filme correu a Internet e as televisões, onde o António Feio nos transmitiu a ideia de aproveitarmos a vida, de apreciarmos cada momento, de nos ajudarmos uns aos outros sem deixarmos nada por fazer nem nada por dizer neste tempo em que cá andamos durante a vida. Uma mensagem forte muito devido à situação específica que o actor estava a passar. Infelizmente é assim. Ainda no mesmo trailer e após as palavras do actor, o realizador oferece-nos um conjunto de frases que realmente dão um certo impacto a quem as lê. Eu passo a transcrever:
“Daqui a cem anos a população actual do mundo estará morta! Os nossos familiares, os nossos amigos, os nossos filhos, tu e eu.
Sete mil milhões de seres humanos desaparecerão para sempre.
Todos caminhamos em direcção à luz. Até lá... VIVE!”
Estas palavras mexeram comigo! Como se algo me tivesse abanado. Nesse dia olhei para o meu filho com outros olhos. Claro que um pai ama um filho. Mas nesse dia olhei para o Fábio e amei-o de uma forma presente e consistente.
Esta ideia realçou-se ainda mais ao saber de um colega de trabalho que com 41 anos sofre de cancro do pâncreas. Isto tudo tem-me feito pensar em muitas coisas, que ao longo da vida inundam a mente a muita gente. Não sou uma pessoa sem fé mas confesso que não sou das pessoas mais crentes, como tal, a ideia de morte faz-me pensar também no sentido da vida.
Que andamos cá a fazer? Até quando cá andaremos? A verdade é que ninguém pensa verdadeiramente que vai morrer. Não aproveitamos a vida em condições. Mas afinal o que é isto de aproveitar a vida? Se perguntarmos a muitas pessoas, elas responderão que o grande objectivo de vida é… ser feliz. Claro que isto será sempre subjectivo e cada um de nós terá uma ideia própria do que isso significará.
Quando tinha 18 anos conheci uma mulher que me disse uma frase que jamais esquecerei:
“Na vida não existe felicidade mas sim momentos de felicidade”.
Tenho pensado nisto tudo e nas coisas que verdadeiramente me proporcionam os tais momentos de felicidade.
Desde 2002 que descobri algo que me tem “oferecido” momentos de verdadeira felicidade.
Para algumas pessoas que leiam este meu texto não será muito importante eu explicar aqui técnicas e outras coisas mais que se fazem concretamente na prática do Aikido.
A verdade é que no momento que inicia uma aula, o meu cérebro faz um reset a todos os problemas e a tudo o que se passou para trás desse momento. Sinto-me livre, como se estivesse noutra dimensão. Como se aquela hora e meia de treino fosse um oásis no meio da minha vida onde tudo é calmo pacífico.
Como é possível uma arte marcial transmitir paz? No início da minha prática apenas me interessei pelas ”chaves”, “torções” e tudo que na minha ideia me pudesse ser útil em caso de auto-defesa.
Hoje passados alguns anos começo a ver que o Aikido é realmente aquilo que um japonês de fraca estrutura física afirmava ser.
Aikido é amor
Esta frase não tem nada de lamechice pois como todos sabem existem imensos tipos de amor. E no Aikido existe um dos maiores tipos de amor que posso conhecer: o amor ao próximo.
Quando fala no próximo, não me refiro a alguém em particular mas sim a tudo o que nos rodeia.
Morihei Ueshiba criou uma arte marcial onde não existe agressão nem competição e que a única competição que existe é a que praticamos connosco, de modo a melhorar cada vez mais.
Um praticante de Aikido não ataca, porque não tem na sua personalidade a vontade de querer ser melhor que o outro.
Por isso pode ser praticada por todas as idades e estruturas físicas, não havendo distinção de pesos entre os praticantes.
O aikidoca trabalha com a energia de quem o ataca. É a pessoa que ataca que escolhe o caminho que se seguirá. O objectivo do aikidoca não é prejudicar fisicamente o atacante mas sim retirar-lhe a energia do mesmo, impossibilitando o confronto.
Claro que se quisermos infligir estragos físicos, é fácil. Mas como costumo dizer nas minhas aulas: ensinar alguém a magoar é fácil… ensinar alguém a controlar o outro sem magoar é o difícil…
Uma das coisas que me apaixona no Aikido é esta “capacidade” de controlar uma situação de violência sem exercer danos físicos no autor da mesma.
AI-KI-DO
O caminho que leva à harmonia das energias
A ideia é simples (mas difícil, hehe), basta pensarmos em harmonizarmo-nos com a energia do atacante não criando bloqueios.
Tal como em matemática: 9+1=10 mas 7+3 também e 5+5 também e etc., etc.
Isto pode e deve também ser passado para fora das aulas, pois Aikido é feito em todo o lado a toda a hora com todos os que nos rodeiam. O princípio de não atacar e de nos harmonizarmos com quem nos ataca é algo que se fosse feito por todos com mestria, nos traria um melhor Mundo, e claro que se todos exercêssemos o princípio “aiki” seria impossível existir violência…
De forma perfeita e teórica, porque para o conseguir já implica um grande nível de mestria, a ideia é o atacante ver, que mesmo sem ser magoado de forma grave, pode-se cansar porque não terá a mínima hipótese de concluir com êxito a sua violência.
Por isso reafirmo que Aikido é Paz e Amor…
E afinal estamos todos a caminho da tal “luz” seja ela o que for... ou aliás… mesmo que nem exista!
Com paz e amor… não seria essa a melhor maneira de fazermos este caminho?
Saudações AIKI.
Dissertação da autoria do convidado Alexandre Francisco
Nota do blogueiro:
Alexandre Francisco. Casado, um filho. Quase quarentão (já faltou mais!). Submarinista há 15 anos com orgulho. A escrita não é o seu forte, diz-me ele. Mas é o seu coração, digo eu. Imponente ao vivo. De uma energia imensa e vivacidade genuína sem igual.
O Alexandre pratica Aikido desde 2002. Aluno de um dos maiores conhecedores de Aikido e Budo em Portugal, o Alexandre tem uma classe própria com quase duas dezenas de praticantes na Siderurgia Nacional. Sendo uma verdadeira estrela nos media nacionais já teve o privilégio de aparecer na RTP ou na revista Cinturão Negro. É ainda administrador do fórum online Aikido Portugal.
É caso para dizer: Alexandre, o Grande.
O meu muito obrigado pela tua contribuição :)
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
O inevitável centrão em 36 anos de Democracia
O que eu mais gosto neste boneco é o facto de hoje ser assim mas amanhã poder ser exactamente o inverso, entenda-se, os rosas a penetrarem pelos laranjas adentro.
36 anos de Democracia. 36 anos de um pau-la-ti-no progresso. Somos ainda tão novinhos, tão tenrinhos.
O centrão está vivo, para durar e... recomenda-se.
Há tanto ainda a trilhar. Não arregacem as mangas que não é preciso, portugueses!
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Política
sábado, 9 de outubro de 2010
Posso continuar a bater na mesma tecla?
"Bale, lateral ou ala?
Gales nunca deu grandes estrelas ao futebol mundial. Giggs terá sido a maior. Actualmente, porém, há um jogador galês que explode em qualquer relvado, pela força, técnica e potência como arranca com a bola pelo flanco esquerdo: Gareth Bale. Joga no Tottenham. Arrisco mesmo: é o melhor lateral-esquerdo europeu da actualidade! Só terá uma coisa a impedir que isso se confirme. É o facto de estar a jogar a…médio-ala esquerdo.
A razão para tal surgiu porque Redknapp, vendo como chegava à área adversária com perigo, entendeu que se fazia isso vindo da defesa, melhor o poderia fazer jogando mais adiantado. É uma conclusão comum quando se vê um bom lateral ofensivo. Raramente, porém, dá certo. Porque o segredo está, quase sempre, nos 30/40 metros de embalo que esse jogador tem nessas jogadas vindo de trás. Bale também joga bem como ala mas nessa posição nunca será uma grande referência mundial. A lateral, tem tudo para ser dos melhores do Mundo! E, ao mesmo tempo, partindo dessa posição, continuar, quando ataca, a ser ala…"
Luís Freitas Lobo, no seu site. Sublinhados meus.
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Futebol
O Grande Yann
(Ouvir a excelente actuação de Yann Tiersen há uns quantos meses atrás no edifício erigido por Aníbal Cavaco Silva foi absolutamente extraordinário. Valente, Yann!)
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Música
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Obrigado Facebook
Obrigado por tornares um desejo de um feliz aniversário tão simples, tão seco, tão frio, tão directo, tão curto, tão fácil. Tão unmeaningful, no fundo.
Obrigado por, mesmo suplantando de longe o sms, facilitares a vida a tanta gente.
A começar por mim próprio que dei hoje, assim de rajada, três parabéns facebookianos.
Eu que sou simples, seco, frio, directo, curto e tão fácil.
Facebook: és o maior, pá!
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Pessoal
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Ela
Este é difícil.
Muito difícil.
Séria, honesta. Perspicaz, sagaz. Primazia pelo rigor, pela coerência. Com valores assumidos e com valores declarados. Pura, resumiria.
Maturidade acima da média, mesmo para a idade que o seu B.I. ostenta. A competência intelectual (só para não referir a profissional) e firmeza é de realce. Nem sempre repercutida para os outros por falta de energia canalizada nesse sentido. Por falta de força; por julgar que se calhar não tem assim tanta competência intelectual como isso. Porque se calhar me falta alguma quilometragem. Porque se calhar...
Eu cá acho que se engana redondamente. Mas também, o que importa o que os outros acham? Que se dane, pensa ela tantas vezes; penso eu.
Não contém as emoções para o exterior em parte porque as vicissitudes da vida não mais lha permitem.
Sendo certo que possui conhecimento, status e sapiência de digno registo, a sua sede de aprender sempre mais é inegável. E que virtude.
Ansiosa, porém. Intranquila. Culpa da idade que vem no B.I., digo eu. Mas mais culpas para as vicissitudes (again) da vida. Essa malapata: as vicissitudes. Tivesse o seu espírito a força que o seu intelecto tem e era a mais forte do mundo, diabo. Mas nem todos podem ser heróis, nem todos podem ser valentes. Nem todos cortam a vida a direito. Mas andamos cá para tentar, pois claro.
Um dia, ofereci-lhe um manual de ultrapassagem de montanhas. Sendo certo que escalamos a montanha desde o dia um, em que nascemos, e que eventualmente atingimos o cume no dia em que nos vamos embora deste mundo, creio que, e é com satisfação que sinto que, dia após dia, a picareta crava-se na escarpa com muito mais confiança, com muito mais precisão e com muito mais segurança.
Cada cravação falhada também eu a sinto no peito. Cada cravação sucedida também o meu sorriso nasce.
Subir as montanhas de cabeça erguida não é para qualquer um e ela fá-lo quer acredite, quer não.
Não conhecendo eu mais de metade da sua vida, julgo conhecer mais de metade da sua alma.
Que me perdoe ela e que me perdoe a mim próprio por proferir tais ultrajes.
É mesmo difícil. Mas tentei.
Dedicado à C.
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segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Seiichi Sugano Sensei
O Sensei Sugano passou por Portugal durante cerca de uma década. Foi sempre bem recebido e sempre gostou de cá vir, segundo julgo saber.
Era um samurai, na sua essência. Um guerreiro. De poucas palavras, de poucas emoções. Muito poker face, diria. Tal qual como um "bom" japonês, pois claro.
Nem mesmo depois de lhe ter sido amputada uma perna o Sensei deixou de praticar e leccionar Aikido ao mais alto nível. E é preciso não esquecer que leccionar Aikido ao mais alto nível é sinónimo também de uma responsabilidade inerente que o levou a viajar ano após ano de cidade em cidade, de país em país. Para a idade que já levava não seria certamente tarefa fácil.
Lembro-me do Sensei como tendo um Aikido poderosíssimo. Não entrava cá em lamechices ou indolências. As suas mãos e braços pareciam pedra! Todo ele, aliás, parecia uma imensa montanha: inamovível.
Lembro-me também de uma vez em que me chamou como uke para demonstrar uma técnica. Um irimi nage. Daquelas em que se entra pelo outro gajo adentro. Foi a vez mais extraordinária em que pude atacá-lo. Isto porque em cerca de, digamos, dez a quinze segundos pôs-me completamente esgotado fisicamente. Exausto mesmo. Foram quinze segundos que pareceram uma eternidade. Fui projectado com violência e potência dando uns valentes pinotes no ar. No final fiquei com a sensação que tinha acabado de correr a meia maratona.
Quando voltei para o meu lugar só me recordo de o meu Sensei de há quase quinze anos me dizer: «porra André, nunca te tinha visto cair assim, dass...». Isto era Sugano.
Ainda na mesma técnica, recordo hoje com imensa alegria, um momento único em que Sugano me atinge na face com o seu punho cerrado. Não porque se tenha esforçado muito ou esticado todo para o efeito para me atingir. Não. Antes, pura e simplesmente conduziu-me para o local exacto e depois em conformidade entrou por mim adentro. Um puto ágil, de 20 anos, ia-se escapulir daquele irimi nage? Qual quê. Pimbas, levei logo. Sem sangue claro, sem sangue. E o Sensei, sem perna, não esquecer.
Neste mesmo treino fazia eu exame. Fi-lo, já esgotado por sinal, tendo uma duração de cerca de trinta minutos. Dizem as más-línguas que durou mais. É possível. Mas isto, era Sugano.
O seu trabalho com armas também era positivo. Muito cirúrgico, no entanto. Nada de grandes espalhafatos. Pelo menos não connosco, mancebos.
Sensei Sugano que difundiu o Aikido um pouco por todo o mundo, começando pela Austrália e depois Malásia, Bélgica, Luxemburgo, França, Portugal (e possivelmente outros países) e terminou em Nova Iorque como sua casa-mãe.
Do meu ponto de vista muito particular, como nota menos fica o facto de não ter sido possível recebê-lo em nossa casa (Portugal) mais do que uma vez por ano. Assim não tivesse sido e teríamos sugado muito mais ensinamento dele. Mas claro, não é uma problemática só de Portugal. Assim acontece noutros países em relação a estes grandes mestres.
E por ter sido um grande mestre, por ter sido aluno directo do fundador, por ter pertencido a um leque ímpar onde figuram grandes mestres da história do Aikido e por ter abraçado Portugal e os aikidocas portugueses durante tanto tempo, aqui deixo a minha sentida e singela homenagem a Seiichi Sugano Sensei.
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