José Couto Nogueira, escritor, jornalista, tradutor e autor/apresentador televisivo, afirmou que o texto que se segue tem «qualidade literária».
E se ele o disse, é porque a tem.
Mas o texto não é meu; é de uma amiga que me obsequiou a sua publicação em primeira mão e em absoluto exclusivo.
Ora vejamos:
A noiva judia, Pedro Paixão
Ler A noiva judia, de Pedro Paixão, é aceitar viajar num mundo de histórias sem saber o destino. Porque juntos, leitor e escritor, entrelaçam-se em mundos interiores, em vidas que não se cruzam por acaso, tocando-se mutuamente em cada linha, em cada letra, uma atrás da outra. É como se cada frase dependesse da seguinte para existir. Como se cada uma tivesse uma cadência própria que lhe garante o ritmo e a combinação melódica das palavras que um dia todos dissemos em silêncio.
Vinte e seis histórias onde o amor se atravessa em cada esquina do coração e se espelha em cada passado e futuro, porque no presente nada cabe e tudo muda.
Há viagens de todos os tipos em Paixão. Aquela em que vamos sozinhos, aquela em que conhecemos alguém, e aquela em que não sabemos regressar porque esquecemos o caminho de volta. Ficamos ali, apenas, à espera que as mesmas palavras onde nos perdemos nos devolvam o norte. E viramos a página à procura da saída.
É por isso que ler A noiva judia, a primeira grande aventura de Pedro Paixão nas letras, tem tanto de inquietante como de tranquilizador. Como se tudo o que há para contar se alimentasse de uma oscilação literária permanente, de um duelo interminável entre alma cheia e vazia no corpo do escritor. Como se estivéssemos numa arena. E como se daqui nascesse no leitor uma sede da sua escrita.
O tempo escorrega inevitavelmente nos ponteiros das vidas dos personagens que habitam os contos deste livro, mais ou menos pequenos, mais ou menos reais, porque mais ou menos parecidos com a memória íntima de quem os lê.
No fundo, um autor que sabe fazer amor com as palavras como poucos outros, mesmo que as palavras não cheguem para contar o mundo: assim é Pedro Paixão.
CC, 16/11/2010
Por acaso, concordo que tenha qualidade literária. E vós? ;)
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