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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Uma análise aos programas da bola



Análise essa que não é de minha autoria, aviso já.

Mas é uma belíssima análise. Deu-me um gozo imenso lê-la pois significa que não ando sozinho nesta vida de papar todo e qualquer programa da bola. Mas mais gozo me deu sabendo que este espectador é capaz de analisar estes programas da bola sem se embrenhar directamente com eles (apesar de ser adepto de um clube, o Benfica, tal como eu sou adepto de um clube).

É só por isso que a análise é interessante e merece a pena ser lida, para quem gosta do tema, é claro.

Por último dizer só que nem sequer concordo com tudo. Teria algumas coisas a apontar (especialmente na parte de Eduardo Barroso) mas não quero atropelar esta bela análise com uma outra minha.

Fica talvez para depois.

Aqui vai disto:

Eduardo Barroso no "Prolongamento" da TVI24

Os intermináveis programas televisivos em que se discute afincadamente sobre bola inundam os nossos canais televisivos: que me lembre, muito rapidamente, há o "dia seguinte" na SICN, o "trio de ataque" na RTPN, o "prolongamento" na TVI24, o "mais futebol" na TVI, o "tempo extra" na SICN (este em versão de monólogo, de Rui Santos) e, certamente, haverá mais alguns.

Só à conta dos que citei, contabilizo aproximadamente 7 horas de emissão semanal.

Algum problema? Nenhum. São horas a fio, que só vê quem quer, em que se discute sempre a mesma coisa, com os mesmos argumentos.

Há programas em que os próprios comentadores confessam que não viram os jogos que servem de tema ao programa da semana. Mas discutem na mesma. Os lances, os árbitros, o sistema, a personalidade de quem manda nos clubes, os treinadores, as transferências. Tudo ao mais ínfimo pormenor, num estilo politicamente correcto doentio (do estilo: "esperemos que esta semana todos os clubes portugueses façam bons resultados na UEFA", "é importante que o Sporting recupere desta fase para a saúde do futebol português", etc.).

Não tenho rigorosamente nada a opor a este formato televisivo. Sempre que posso, vejo. Relaxa-me imenso, à excepção dos momentos em que as discussões pretendem ter uma dignidade a que não podem almejar: é insuportável, por exemplo, quando se gastam largos minutos a discutir o regime jurídico das Federações, ou os efeitos da "Lei Bosman" (que não é uma lei). Não é para isso que estes programas servem: servem, isso sim, para discutir "bola". Ponto final, parágrafo.


Ultimamente, o marasmo tem invadido estes espaços.

Rui Santos é insuportável. Na vaidade, no pretensiosismo. Na banalidade da análise, mesmo tratando dos assuntos que trata. Em suma: uma prosápia inaudível, de gosto mais do que duvidoso.
No "Trio de Ataque", só me divertem os dislates de António Pedro Vasconcelos e a chacina a que se presta por banda de Miguel Guedes, que invariavelmente o trucida. Mas é um espectáculo demasiado cruel para entreter. Quanto a Rui Oliveira e Costa, só me deleitam os constantes pontapés no português que julga que fala bem: já disse inúmeras vezes "façamos aqui um supônhamos" e repete incessantemente "Percebestes? Compreendestes?". A seguir, com ar pomposo, goza com Jesus porque este "não sabe comunicar". Enfim, para um sindicalista com tiques de visconde, não está mal.
No "Dia Seguinte", já só tem piada o frenesim entre Rui Gomes da Silva e Guilherme Aguiar quando o Benfica ameaça o FCP e Guilherme Aguiar se enerva. Como o Benfica tem ganho pouco (ou nada), pouco de interessante tem havido para ver. Sobra Dias Ferreira, o "grande homem", que tem perdido toda a piada e interesse desde que vestiu uma pele mais pacífica e institucional: efeitos da postura "presidenciável" que assumiu desde a última corrida à liderança do SCP.

Já no "Prolongamento" da TVI24 há Seara, Eduardo Barroso e Manuel Serrão (que substituiu, há uns tempos, o malogrado Pôncio Monteiro).

Seara está igual a si próprio: esperto, sabe que interessa dizer o mínimo, não hostilizar os outros e esperar que o ar de avôzinho simpático lhe continue a render o mediatismo acumulado ao longo de todos estes anos. Seara sabe que "é quem é" à custa destes formatos televisivos. Não está lá, por isso, por causa do Benfica. Está lá, única e simplesmente, por causa dele próprio. O que é um tédio, para quem está a ver (até porque a personagem tem zero de aliciante e menos ainda de estimulante).
A dinâmica do programa é, assim, assegurada pela tensão constante entre Eduardo Barroso e Manuel Serrão.
Sobre o último, interessa dizer que dá gozo vê-lo porque discute bola em televisão como se dicute bola no café. Boçalmente, às vezes com piada, num estilo jocoso, sempre à procura de amesquinhar o adversário. Não tem teorias pretensiosas, é o adepto puro. É isto que se quer, apesar do personagem ser incomodativo. Especialmente, para quem é do Benfica, como eu.

O antagonista de Serrão é Eduardo Barroso.
Barroso é fabuloso e é dele que me apetece falar.
Barroso berra com Serão e diz-lhe, autoritariamente, que o interrompe "quando quiser".
Barroso faz notar a Serrão que troca os "v"'s pelos "b"'s.
Barroso é sincero e emotivo. Enfurece-se e exalta-se. Mas também se comove e pede desculpa. É uma personalidade completa, feita, pois, da inerente complexidade.

Os tiques autoritários e de arrogância vai buscá-los a uma vaidade - que não esconde, mas daí não vem mal ao mundo - de ser um dos melhores médicos da Europa. Por isso manda calar Serrão, quando perde a cabeça, e berra descontroladamente com Seara, quando perde as estribeiras. Barroso está-se nas tintas, porque não depende dos programas televisivos sobre bola para nada. Por issso, desfruta-os. No seu melhor: está ali para vibrar, como nas bancadas de Alvalade, pelo "seu" Sporting. E isso diverte. Pela inteligência e pela autenticidade.


Eduardo Barroso sabe que percebe pouco de bola. A ele basta-lhe saber que é golo quando a bola entra na baliza e compreender a regra do fora de jogo. Sabe poucos nomes de árbitros (mas chama-lhes todos os nomes), não faz ideia do que uma equipa deve fazer em campo. Mas está-se borrifando, e bem. O que lhe interessa é a glória do seu clube, semana a semana.
Depois, Barroso sabe que sofre de uma malapata cruel: ser do Sporting. E compraz-se com isso, num exercício divinal de comoção passional e inteligência emocional. É por isso que tem insistido na tese de que os árbitros, antes de apitarem o Sporting, deviam consultar um psicanalista, de modo a contrariarem o seu subconsciente, que malevolamente os leva a prejudicarem o Sporting. Barroso diz isto a sorrir (mas convictamente), juntando vários argumentos e exibindo lances que servem de prova à sua teoria. Várias vezes, para estupefacção de Serrão, que se inquieta. É brilhante...sugere-lhes até o especialista, seu colega, a quem deveriam recorrer.
Mas bom, bom, é o desprezo que o próprio Barroso já não esconde pelo formato do programa: o que ele quer é divertir-se e, com isso, diverte-me imenso. Um exemplo? O do último programa: "Eduardo, o que achou do jogo da selecção nacional contra Chipre?". Resposta, com ar matreiro e um sorriso genuíno: "Uma merda. O jogo foi uma merda". A verdade no seu estado mais puro, dita com as palavras de um adepto. Que não precisa de se dar ares intelectualóides para sobreviver. Que está ali como está na bancada: sabendo pouco ou nada de bola, vibrando pelo seu clube.

Quando tirarem Eduardo Barroso dali (vai haver, aposto, algum iluminado que se indignará com o seu jeito politicamente incorrecto - neste pobre país é sempre assim) acaba o programa. No seu género, é o último que resta.


Por Hugo M. Duarte Fonseca no blogue Arruadas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ediberto Lima: Veni, Vidi, Vici



Foi na quinta-feira passada mas só agora tive oportunidade de ver.

Ediberto Lima, o Senhor Televisão em Movimento, esteve no 5 para a meia-noite e esteve muito bem.

Não vi todos os programas mas arriscaria dizer que foi a primeira vez que vi o apresentador à rasca com o seu entrevistado. Normalmente verifica-se o contrário sobretudo quando é Pedro Fernandes ou Nilton o «pivot» do programa.

Só mesmo o Senhor Televisão em Movimento poderia ir a um programa daqueles e «partir a louça toda».

Depois da polémica em torno do Bar da TV, Ediberto deixou de estar na linha da frente da TV portuguesa mas nem por isso o seu historial e mérito profissionais saem manchados, antes pelo contrário.

Mal comparado, um pouco como Ricardo Carvalho. Provavelmente não voltará à selecção nacional mas nem por isso deixará de ser considerado como um dos melhores centrais do planeta no seu tempo.

Mas quando Ediberto chegou a Portugal, há 18 anos, foi mesmo assim: Veni, Vidi, Vici.

Ediberto Lima andou no topo da TV portuguesa durante quase dez anos e sabe muito da poda. O resto é conversa.

Quando se anda no topo é normal que se crie alguns inimigos. Como Mourinho foi criando.

À pergunta «como acha que é visto em Portugal?» respondeu: «antes de responder a isso, vou plagiar uma frase do Alberto João Jardim que eu acho fantástica: 'Desculpa lá pá, quem não tem inimigo é um merda.' Eu devo ter muitos, porque sou um cara muito frontal, digo o que me vem à cabeça, não gosto de censura».

Por isso, nem de propósito, Ediberto Lima vai lançar um livro: Ediberto Lima - O Deus e o Diabo da Televisão em Movimento. Sempre polémico e com humor Ediberto diz que é «o livro certo para estudantes, estagiários e paraquedistas da comunicação». Promete dar dicas e «falar sobre o passado, o presente e o futuro da caixa que mudou o mundo». Será lançado no próximo domingo às 20h na Fnac do Colombo.

Ediberto não se ficou por aqui e tem um novo projecto no Regiões TV como director artístico.

Numa nota mais pessoal posso dizer que tive o privilégio de ter o Ediberto Lima como meu aluno de aikido. Mas tão ou mais importante que isso tive o privilégio e a honra de me iniciar no ensino do aikido a convite do Ediberto Lima, tinha eu 18 anos de idade.

Ainda hoje mantenho essa ligação com o Ediberto e ainda hoje tenho que lhe agradecer essa «aposta» em mim e por me proporcionar ano após ano, sem saber, indirectamente, uma evolução contínua na difícil arte do aikido assim como àqueles que comigo têm praticado.

Ediberto Lima que é um praticante de artes marciais desde infância com particular ênfase no karate.

Ao Ediberto Lima o meu obrigado. E votos de sucesso para o novo projecto!

Domingo tentarei lá estar. Quero o livro autografado, pois claro.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

E esta, hein?


E esta, hein?

Pois que ela não sabia o que era o Aikido e com muito receio lá acabou por responder «branca». Ena!

Fiquei com a ideia que o Malato também não conhecia a arte assim como outro participante que também disse não conhecer o Aikido.

Achei piada.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Ainda há gente séria na política

Aqui.

Não tendo eu sequer qualquer afinidade particular com o PCTP/MRPP, antes pelo contrário, se é que é preciso fazer esta ressalva.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Jerónimo nota mais, Passos Coelho nota menos



Tenho um amigo que me dizia, em bom português, quando a sua profissão o obrigou a fazer Lisboa-Madrid e vice-versa semanalmente, que «andar de avião é como cagar: não gosto muito, mas tem de ser...».

É um pouco assim que sinto Passos Coelho quando vai a programas de humor. Já assim tinha acontecido no Esmiúça os Sufrágios, dos Gato Fedorento, e agora novamente no 5 para a meia-noite.

Não gosta muito, mas lá tem de ser.

Esta semana, de segunda a sexta, os cinco candidatos às Legislativas vão a este programa na RTP 2. Três já foram, faltam Sócrates e Portas.

Jerónimo: excelente. Deve ser provavelmente das poucas vezes onde a sua presença em TV sobressai, ganha pontos e cria empatia com o espectador. A apresentadora também ajudou com uma excelente preparação e condução do programa (Nilton esteve péssimo esta quarta).

O facto de Jerónimo de Sousa se apresentar no programa como se num café estivesse, à conversa com a apresentadora, é mais do que o suficiente para que o grande objectivo desta presença na TV seja alcançado: ganhar popularidade e empatia junto de quem o vê. Se ganhar um voto, melhor ainda. Brilhou.

Louçã é o costume. Não dá parte fraca; jamais. Não consegue (nem quer) nunca despir o fato de político, puro e duro, não obstante soltar as suas gargalhadas (forçadas, parece) e ser muito bom a ir na conversa e no guião do programa. Ou seja, não borra a pintura, mas também nunca é aproveitado o facto de estar num programa de humor para mostrar outras facetas porventura mais terrenas. Já no programa dos Gato Fedorento foi a mesma coisa, sendo que aí a sua contenção foi ainda mais evidente ao não ter entrado em nenhuma piada e declamando sempre a sua cassete política. Desta vez foi bastante mais positivo, entrando poucas vezes na lenga-lenga política, mas assim que a oportunidade surgia, claro que aproveitava. É melhor que Passos Coelho, pois não abusa. Sabe manter o equilíbrio.

Quanto ao programa do Nilton, com Passos Coelho, foi o mais trapalhão. O programa, o Nilton e Passos Coelho. A começar no stand-up inicial desastrado, passando pelos sketches de qualidade duvidosa e a acabar na má (ou pouco boa...) prestação de Coelho.

Coelho tenta muitas vezes dar o mote e tomar iniciativa nas piadas. Isso pode dar alguns dissabores... e deu, a meu ver. Nomeadamente quando entrou pelas piadas do «tudo à grande» (uma rubrica do Nilton) metendo a sua mulher à mistura e tudo, no quarto deles, deixando subentendido piadolas sexuais, etc. Esse momento foi mesmo a cereja no topo do bolo.

Se quando eu entro pelos mesmos caminhos, no meu círculo de amigos, e muitas vezes nem piada tem, muito menos piada terá num candidato a primeiro-ministro na televisão (que o faça em privado com os amigos, espero que sim, que dá saúde e faz crescer!).

Quando quero sei ser palhaço e percebi que Passos Coelho também o sabe fazer. Mas não é isso que se quer ali. O que se quer ali é que sejam terrenos, tão-só. Que não discursem eloquentemente sobre o deficit, a troika, o FMI, o TGV e por aí fora. E pronto. Não é preciso ir mais além. Não é preciso dar show. Isso é o papel do programa, não do convidado.

Não me interessa que o meu primeiro-ministro saiba ser palhaço. Interessa sim ter sentido de humor e que saiba encaixar umas piadas. Mas sobretudo, que seja terreno, um homem vulgar.

É a principal imagem que interessa passar em programas deste género.

Até no aspecto formal Passos Coelho conseguiu falhar: extraordinário. Foi o único que não se sentou na ponta do sofá. Com isso, apareceu muitas vezes no plano com os braços cortados em vez de aparecer natural e descontraidamente com o braço e a mão em cima do braço do sofá. Pormenores, eu sei, mas perguntem lá ao Luís do Sócrates se isto não conta. Ó se conta... E Eduardo Cintra Torres julgo que diria o mesmo, meu antigo professor e crítico de televisão. Mostrar as mãos em televisão, é um must. E não só em televisão.

Nota curiosa para o uso do SL Benfica nestas demonstrações de terrenidade, mas é compreensível dada a sua comum conotação como «clube do povo». Se ao Jerónimo foi normal essa demonstração (para quem já esteve inclusive na Benfica TV a ser entrevistado), já a demonstração terrena de Passos Coelho pareceu forçada. Adorei quando diz, rapidamente e num volume de voz mais baixo que «não sou sócio, mas...». Porque se ser do Benfica é ser mais popular (assim numa análise muito crua, claro) ser sócio (!) então dá aquela conotação ainda mais... firme e popularucha (daí ter dito, quase envergonhado, que não era sócio, como se isso fosse alguma vergonha...).

Foi pena pois seria um toque popularucho a dobrar! É do Benfica? Eh pá, espectáculo! E sócio também? Fogo, aquilo é que deve ser amor ao clube. Fica sempre bem, ele sabia e por isso deixou-se envergonhar, ainda que por breves segundos (estava aqui a pensar para com os meus botões e não me lembro de em tempo algum ver Sócrates numa posição destas, quase envergonhado, nem mesmo em matérias muitíssimo mais delicadas, just sayin'). E seria a triplicar, pois conseguiu aglutinar os dois maiores clubes de Lisboa dizendo que a sua mulher é do Sporting e pronto, fica mais ou menos dada uma no cravo e outra na ferradura.

Para concluir, Passos Coelho é muito melhor no papel de político do que no papel de homem vulgar.

Esperemos então por Sócrates (também gosta pouco desta exposição) hoje à noite e por Portas (mestre nestas lides!) na sexta.

Estarei cá para dizer de minha justiça.

5 para a meia-noite do Jerónimo.
5 para a meia-noite do Louçã.
5 para a meia-noite do Passos Coelho.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cretino? Sim. Palhaçada? Não.




Marinho e Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, diz que a coisa já começou em 2005 - a paixão que o Bastonário nutre por Manuel António Pina (MAP), jornalista e escritor.

Para não ir tão longe no tempo, pode-se começar exactamente por aqui, um artigo de opinião de MAP.

Vai daí, Marinho e Pinto nem hesita: recorda o ilustre treinador Manuel Machado quando este disse, em relação a Jorge Jesus, que um «um vintém é um vintém e um cretino é um cretino» e usou esta muleta para retratar MAP. Aqui, precisamente.

A novela, para já, fica por aqui. Um camião sem travões, é o que chama MAP a Marinho e Pinto.

Recorde-se que foi este mesmo jornal, o Jornal de Notícias, que não publicou este artigo de opinião do jornalista Mário Crespo onde volta e meia diz que uma alegada conversa entre o primeiro-ministro José Sócrates e alguns dos seus ministros sobre Crespo (entre outros «problemas» a «necessitar de solução») não passou tudo de uma palhaçada.

Alcoviteirices e lavagem de roupa suja nos jornais - um dos paradigmas actuais.

E dois pesos e duas medidas. Um «25 de Abril» aplicado num caso e não aplicado no outro.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O torcicolo de José Sócrates





Quando um teleponto falha, o resultado pode ser uma valente dor reumatismal nos músculos do pescoço, vulgo torcicolo.

Foi quase isso que aconteceu a José Sócrates no passado fim-de-semana no XVII Congresso Nacional do PS, quando discursava com um teleponto de cada lado, estilo Barack Obama.

Aqui, o teleponto funcionava bem: o da esquerda e o da direita.

Mas aqui, o teleponto da direita, do ponto de vista de Sócrates, falhou. Pois então teve que estar 53 minutos a discursar com o auxílio de só um teleponto, coitado.

Veja-se como, por uma vez na vida, José Sócrates esteve verdadeiramente virado para a esquerda.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Fundador do Benfica, Cosme Damião, tem 25 anos de idade




Aiii, tão bom ter um título à la Correio da Manhã. Isto, claro, porque o 24 Horas já lá vai.

Isto assim é outra coisa, realmente. Entrar, assim, na brincadeira com os leitores. Agora de repente, sim, senti o gozo que um jornalista do jornal mais vendido do país deve sentir. É que é mesmo giro, pá.

Então não é que Cosme Damião, honorificíssimo fundador do Sport Lisboa e Benfica tem pouco mais que a minha idade?

Pelo menos, segundo o copy/paste que os meios de comunicação fazem à Lusa, é assim mesmo!

E que diabo... convenhamos: se está nos meios de comunicação, então é porque é mesmo verdade! Não?!

Ora veja-se então, a saber: jornal i, Record, Expresso, Público, fora os outros que não apanhei.

 Público Online

Ainda bem que é só 1985, porque, segundo a mesma lógica, até podia estar 2085. Quer dizer, mais cem anos, menos cem anos, também não é por aí.

São pormenores, mas quando a maioria dos meios deixa passar uma gralha de cem anos, já não é pormenor: salta à vista. Se ainda fosse um meio ou dois, ainda vá.

Este é um caso evidente; não quero imaginar aqueles que não são.

Publicado às 00h33.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Coisas do século XXI, pá




Valha a verdade, é raro ver ou ouvir Hugo Gilberto errar. Pelo menos de um ponto de vista formal e ético. Técnico não sei porque também não sou expert na matéria.

Mas foi engraçado como ontem à noite, no rescaldo do FC Porto campeão, Hugo Gilberto anunciou, por mais de uma vez, um vídeo em absoluto exclusivo na RTP-N dos campeões nacionais quando, no mínimo à mesma hora, já circulava no YouTube e por conseguinte por toda a internet o mesmo vídeo.

Aliás, posso adiantar aqui, em absoluto exclusivo no pé-de-atleta, que o próprio Falcao já tinha deixado no Twitter e no seu site oficial esse vídeo às 1h30 da manhã. Hugo Gilberto às 2h da manhã, pelo menos, continuava a anunciar a exclusividade do vídeo, numa emissão que se prolongou madrugada fora, até por volta das 4h30 ou 5h da manhã.

Ou seja, foi um vídeo em absoluto exclusivo para todo o mundo e não somente da RTP.

É caso para dizer: ups.


Adenda:

O enfoque ficou no Hugo Gilberto mas leia-se RTP. Mais justo, com certeza!

sábado, 12 de março de 2011

Atenção: notícia do dia!




Não esquecer: dez minutos ao dia! Tudo pela nossa saúde.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Faits divers


A moção de censura do Bloco é o faits divers da semana que passou e da semana que aí vem.

Faits divers.

Não há mais nada, também. Tirando a senhora esquecida há quase uma década, o amigo Mubarak e o faits divers chamado moção de censura também conhecido, entre o PSD, como jamais-votaremos-a-favor-de-uma-moção-vinda-da-esquerda-radical.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Desinformação



Mário Mandacaru diz que 50 por cento da crise é feita pelos media.

50 por cento ou mais.

Mas eu diria de outra forma: mais de 50 por cento da desinformação é feita pelos media. Depois, dentro da desinformação vem, naturalmente, a "crise" e tantas outras coisas.




Parêntesis: um total de natais, passagens de ano, gripe, finding a job, computador avariado e possivelmente mais uma pedra no sapato ou outra, dá uma soma total de umas quantas teias de aranha no blogue. Conto, brevemente, voltar com a energia de antes.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Qualidade literária

José Couto Nogueira, escritor, jornalista, tradutor e autor/apresentador televisivo, afirmou que o texto que se segue tem «qualidade literária».

E se ele o disse, é porque a tem.

Mas o texto não é meu; é de uma amiga que me obsequiou a sua publicação em primeira mão e em absoluto exclusivo.

Ora vejamos:



A noiva judia, Pedro Paixão


Ler A noiva judia, de Pedro Paixão, é aceitar viajar num mundo de histórias sem saber o destino. Porque juntos, leitor e escritor, entrelaçam-se em mundos interiores, em vidas que não se cruzam por acaso, tocando-se mutuamente em cada linha, em cada letra, uma atrás da outra. É como se cada frase dependesse da seguinte para existir. Como se cada uma tivesse uma cadência própria que lhe garante o ritmo e a combinação melódica das palavras que um dia todos dissemos em silêncio.

Vinte e seis histórias onde o amor se atravessa em cada esquina do coração e se espelha em cada passado e futuro, porque no presente nada cabe e tudo muda.

Há viagens de todos os tipos em Paixão. Aquela em que vamos sozinhos, aquela em que conhecemos alguém, e aquela em que não sabemos regressar porque esquecemos o caminho de volta. Ficamos ali, apenas, à espera que as mesmas palavras onde nos perdemos nos devolvam o norte. E viramos a página à procura da saída.

É por isso que ler A noiva judia, a primeira grande aventura de Pedro Paixão nas letras, tem tanto de inquietante como de tranquilizador. Como se tudo o que há para contar se alimentasse de uma oscilação literária permanente, de um duelo interminável entre alma cheia e vazia no corpo do escritor. Como se estivéssemos numa arena. E como se daqui nascesse no leitor uma sede da sua escrita.

O tempo escorrega inevitavelmente nos ponteiros das vidas dos personagens que habitam os contos deste livro, mais ou menos pequenos, mais ou menos reais, porque mais ou menos parecidos com a memória íntima de quem os lê.

No fundo, um autor que sabe fazer amor com as palavras como poucos outros, mesmo que as palavras não cheguem para contar o mundo: assim é Pedro Paixão.

CC, 16/11/2010



Por acaso, concordo que tenha qualidade literária. E vós? ;)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

(ex-)Futebolista diferente de comunicador



Vi, a espaços - como se diz na gíria do futebol -, o jogo do Sporting frente ao Paços de Ferreira na SportTV.

O comentador de serviço era Nélson, antigo guardião do Sporting.

Fraquinho, muito fraquinho.

A SportTV detém (quase) todo o monopólio de conteúdos no que a futebol diz respeito (e já agora, não só); já em matéria de profissionais de comunicação a coisa não anda tão afinada.

Para além de Nélson, estou assim de repente a lembrar-me de Hélder, também, ex-jogador do Benfica.

Com o maior respeito que tenho por ambos os internacionais portugueses, a verdade é que os seus comentários são medíocres, roçando a banalidade de meras constatações. Não tenho aqui exemplos à mão pois poupei-me a esse trabalho.

Podem ter estado muito tempo no terreno. Ter feito muitos cortes. Muitos remates. Muitos sprints. Muitas defesas. Vitórias e derrotas. Conquistas e tristezas. São homens do futebol, que não haja dúvidas.

Mas uma coisa é ouvir estes senhores a falar, exprimir-se, comunicar, transmitir, raciocinar e discorrer, até; outra, é ouvir um António Tadeia, Freitas Lobo ou Carlos Daniel (nomes que me vêm ao acaso à cabeça).

Na SportTV, até o jornalista que relata o jogo entende e transmite melhor o que acontece no campo do que estes (e outros) comentadores.

Era interessante que a SportTV corrigisse este aspecto.

É que ao ver as partidas, até destoa a coisa.

sábado, 30 de outubro de 2010

Às 23h19



Recebo no telemóvel (via Vodafone/Público):

- Eduardo Catroga e Teixeira dos Santos assinaram ontem às 23h19 o acordo que permitirá viabilizar o OE 2011.

Não, não. Está tudo parvo? Foi às 23h19. Não foi às 23h18 nem tão-pouco às 23h20.

Então? Mas andamos a brincar, ou quê? Vamos lá fazer bom jornalismo pondo os pontos nos ii.

Mau...

Rigor, isenção e objectividade. Sempre! Semper fi! Já diziam os marines.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

I have a dream...

"Há momentos em que sente que escreveu exactamente aquilo que queria escrever?

São aqueles em que sentimos "é isto". Os bons momentos parece que nos são oferecidos, que não nos pertencem. Nunca releio os meus livros. É um paradoxo, porque escrevemos os livros que gostávamos de ler e depois não os lemos. E, se leio, começo logo com vontade de corrigir aquela porcaria toda."


António Lobo Antunes, à Revista Única do Expresso.


Tenho o sonho de um dia escrever um livro.

Por curiosidade fui verificar: o génio Lobo Antunes escreveu a sua primeira obra aos 37 anos de idade.

Depois, pensei para comigo: foda-se.

domingo, 17 de outubro de 2010

O já tradicional populismo dos media



Há pouco no Tempo Extra com Rui Santos uma das entradas do programa apontava para algumas imagens de bilhetes do calcio em Itália enviadas pelos telespectadores para o conhecido jornalista.

Estes bilhetes tinham os preços de 10€, outros 15€, outros 17€, por aí fora. Quer para a Taça de Itália quer para a Série A italiana.

Ena que espectáculo. Leitura do espectador em estado vegetativo: porra, lá fora os bilhetes são bem mais baratos do que em Portugal, ora que porra, pá. Somos sempre comidos, nós tugas.

Caro tuga, não faz mal. Aquilo foi só uma montagem e compilação de várias imagens.

Vou enviar para o Rui Santos imagens digitalizadas do meu bilhete Estoril-Sporting a 8€ (bancada central), do meu Sporting-Benfica a 15€ (bancada central) do meu Porto-Sporting a 15€ (atrás da baliza) e por aí fora. Pode ser que, em alternativa, Rui Santos pegue neste conjunto de imagens e decida porventura destacá-las também no seu programa.

Pronto, só para o tuga assim de repente concluir: porra pá, afinal cá em Portugal os bilhetes não são assim tão caros como isso. Coa breca!

Foi uma bojarda engraçada mandada assim para o ar por Rui Santos que pouco ou nada falou sobre este assunto, mas, como é timbre deste tipo de programas televisivos, a desinformação reinou. Viva o populismo.

Porque para ir a um estádio de futebol não é preciso largar 50€, antes pelo contrário.

Adenda: Numa passagem rápida pelos sites dos três grandes é possível verificar que um português pode ir assistir a um jogo europeu do Sporting versus Gent a 20€ e de um Benfica versus Paços de Ferreira também a 20€. No site do FC Porto não havia qualquer informação. E melhor, melhor, é este aqui, Sporting versus Rio Ave no próximo Domingo. Até temos bónus, ora vejam: 10€. Se há bilhetes mais caros? Há, sim. Se os há mais baratos? Sim, também, claro.

É chato verificar que um jornalista não engloba na análise todos os dados. Não é chato; é uma realidade dos media hoje em dia. A construção de uma realidade. Principalmente aquela que dê mais audiência e, por consequência, mais pingo.

Nota: tinha uma etiqueta com o nome Televisão, mas não fazia qualquer sentido. Uso outra agora, em substituição, de nome Media; tentarei, por isso, doravante, tecer mais considerandos sobre esta matéria principalmente para que não se promova ainda mais a já tão instalada iliteracia dos media, como eu lhe chamo.

domingo, 26 de setembro de 2010

"Mete medo, entrevistá-lo"



Foi assim que Mário Crespo se dirigiu a António Lobo Antunes na sua primeira entrevista a este escritor de excelência, em 2007.

Não sou nem nunca fui propriamente um ávido leitor. Por vezes sinto-me como se fosse um realizador de cinema que poucos ou nenhuns filmes viu. Meio parvo bem sei; talvez até estúpido!

O mesmo acontece com a obra de António Lobo Antunes - para alguns, o justo vencedor do Prémio Nobel em detrimento de Saramago; não discuto isso -: não a li, confesso.

Em tempos idos, tentei iniciar-me no Memória de Elefante de 1979. Depois, sem nenhuma explicação propriamente plausível, não li nem um terço.

Porém, a sua escrita complexa fascina-me. Requintada, por vezes obscura, mas de uma qualidade tremenda, é assim que definiria a escrita de Lobo Antunes.

Mas, escrita à parte, o que me fascina realmente é Lobo Antunes como homem. Como homem não direi, mas como aquela pessoa que responde nas várias entrevistas que lhe são feitas (quando está para aí virado, pois é-lhe conhecida a vertente recatada em relação a estas matérias, que não condeno, aliás). Só o conheço nesse campo muito específico, claro.

Se a sua escrita é complexa, pois o homem ainda é mais. Acho fascinante ouvi-lo tal é o nível superior intelectual em que ele se encontra, a meu ver.

Numa época onde em matéria de comunicação o que prevalece é o tradicional KISS (Keep It Simple and Stupid), António Lobo Antunes consegue ter, em mim, um efeito de completa atenção: com os dois olhinhos bem abertos e com os dois ouvidos amplamente sintonizados. É preciso ouvi-lo com muita atenção, pois nada é despiciendo.

De um ponto de vista social, penso que Lobo Antunes é facilmente incompreendido - daí o seu natural alheamento social que lhe é apontado.

Mas é curioso como Crespo aborda o escritor e médico Lobo Antunes. Baixou ao nível máximo. Mais baixo não dava. E com isso, ganhou o entrevistado. Para sempre, diria.

Crespo pode ter muitos defeitos - até como comunicador - mas um não teve: não subestimou Lobo Antunes. De todo. É fácil, direi, cair nessa tentação.

Bravo Crespo.

Bravo Lobo Antunes, a meu ver, um ser com um nível intelectual acima da média.

Lamento concluir.

domingo, 27 de junho de 2010

Benfica versus Sporting

terça-feira, 25 de maio de 2010

O que foi para mim a série Lost:




Uma extraordinária grandessíssima história de amor.