quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Artur - o melhor depois de Preud'Homme?


Até ver, sim.

Claro que se de repente começar a claudicar, o futebol rapidamente encarregar-se-á de transformar o bestial em besta.

No entanto, depois de Bossio, Moreira, Rui Nereu, Butt e Roberto (os que me lembro assim de repente e alguns destes eram tão maus que não raras vezes faziam um jogo de futebol parecer uma peça de humor), Artur é aquele que pela primeira vez parece convencer a cem por cento depois da lenda Preud'Homme. Um guarda-redes que pela primeira vez impõe algum respeito e do qual se espera sempre boas respostas dentro de campo. Os outros citados (Moreira ainda foi o melhor) era quase sempre um ai Jesus. De Roberto então nem se fala, claro.

Via agora o jogo do SL Benfica ante o Twente (já na Holanda Artur esteve exemplar) e até no golo sofrido, marcado por Ruiz, Artur quase quase chegou lá, naquele tipo de lance em que os guarda-redes costumam ficar só pregados ao chão, sem reacção.

Até no sofrer deste golo gostei de Artur.

Excelente contratação a «custo zero». Envergonham os 8,5M € pagos por Roberto.

Adenda

Esqueci-me de outros três guarda-redes do Benfica. Um óbvio: o Quim. Sobre este esquecimento já me retratei na caixa de comentários.

Houve ainda o já falecido Robert Enke, o melhor dos por mim já citados.

E finalmente o Moretto que, juntamente com Bossio e Roberto, completa o pódio dos piores guarda-redes que passaram pelo Benfica pós-Preud'Homme.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quando a matemática se encontra com a música



Lindo.

Eu que não sou de intrigas...

Mas o Pedro Santana Lopes


e o Pedro Marques Lopes


adoram-se.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ponto da situação

O FC Porto, para uma equipa que continua sem qualquer baixa relevante em relação ao plantel do ano passado esbanjou a bem esbanjar o seu dinheirinho.

20 milhões de euros (quatro milhões de contos...) pelo Danilo ala direito do Santos, mais quase 10 milhões pelo Alex Sandro e não sei quê.

Ia jurar que nem há cinco anos atrás estes valores eram impensáveis para a nossa liga e para clubes com passivos tão avultados. É verdade que o FC Porto acaba de conquistar mais um título europeu (e tudo o resto) mas os valores da Euroliga andam longe, e bem longe, dos valores praticados pela máxima competição Champions.

É estranho pois no passado recente o FC Porto reforçou-se bem, quase sempre muito bem, sem ter que despender somas avultadas, vide Falcao (4M), Fucile (600m), Belluschi (5M), Sapunaru (5M), Luís Fabiano (5M), etc., etc.

Ou pelo menos são mais as boas contratações sem somas avultadas do que aquelas com valores quase pornográficos para a nossa liga (apesar de o valor de algumas destas compras não corresponderem à totalidade do passe dos jogadores, mas ainda assim...).

Por isso, e porque quando se compra um jogador corre-se sempre o risco de se apanhar um qualquer Luís Fabiano (fiasco no Dragão), mais vale correr esse risco despendendo 5M do que quatro vezes mais esse valor. Mas lá está, quem ganha o que ganha há três décadas, pode dar-se a estes luxos, I suppose.

FC Porto é, até ver, o principal candidato ao título apesar de o novo treinador, Vítor Pereira, ser uma incógnita. Mas Villas-Boas também o era e foi o que foi, terminando o campeonato sem qualquer derrota.

O SL Benfica gastou também uma pipa de massa mas em mais jogadores. Nolito e Witsel são os que saltam mais à vista. Pessoalmente sou fã de jogadores como o Witsel e o Benfica é bem capaz de ter encontrado o seu novo Ramires ali (combativo, alta rotação durante os 90 minutos, forte nas transições defensivas e ofensivas).

Jesus esta época terá a vantagem de ter um plantel mais vasto e com mais soluções do que na época transacta. A época passada várias foram as vezes que Jesus viu ora a asa esquerda ora a direita ficarem desfeitas caso os seus titulares (Gaitán e Salvio) se lesionassem ou ficassem castigados. Acontecia que à esquerda tinha que entrar o C. Peixoto e à direita jogava o C. Martins. Não era a mesma coisa, de facto.

Este ano as soluções são outras e mais vastas para essas alas (Nolito, Gaitán, Enzo Pérez e eventualmente Witsel, Jara e Bruno César).

Se Jesus conseguir arranjar um onze base à imagem dos seus primeiros dois anos e desta feita conseguir fazer rodar a equipa em alguns jogos (sem perda de qualidade na dinâmica de jogo) então o SL Benfica é um sério candidato ao título.

Falta só perceber se Cardozo fica ou sai. Mas uma coisa é certa, se vier o Hugo Almeida o Benfica melhor servido não fica. Como qualquer adepto de futebol que se preze, não vejo futebol por causa do Cardozo. O Cardozo não é propriamente sinónimo de magia. Mas ele sabe fazer três coisas: pontapé canhão, marcar golos de livre directo descaído para a direita (é um penálti para ele ainda que seja uma nódoa nos penáltis per se) e encostar a redondinha lá para dentro. Chega e sobra (ó se sobra!) para um ponta-de-lança da liga portuguesa e Hugo Almeida, nesse capítulo, está a anos-luz de Cardozo (só é melhor de cabeça e, mesmo assim, não sei).

O Sporting CP vai ter uma época difícil. Difícil porque vai entrar a jogar numa época depois de duas das piores de sempre em que ficou muito longe quer do título de campeão quer da Champions.

O Sporting contratou 14 novos jogadores, alguns deles com nome feito e com pedigree como é reconhecidamente o caso de Capel e de Jeffrén.

No entanto, mais de um plantel contratado depois, alguns jogadores persistem em ser titulares como são os casos de Djaló e Postiga. Não consigo vislumbrar mais-valias na presença destes elementos no onze inicial. São de facto uns eternos incompreendidos pela massa adepta, talvez.

Para a defesa contrataram-se dois centrais. Rodríguez parece ter o lugar ganho. O Americano tremeu contra o Valência (ainda não percebi se foi culpa dele ou do sistema da defesa alta, mas que diabo, que meteu água meteu) apesar de vir colmatar aquela coisa de o Sporting não ter jogadores altos. Para as alas vão continuar os mesmos jogadores dos últimos anos (apesar de 14 novas contratações, hein?) sendo eles o Evaldo e o João Pereira. Atila Turan (defesa-esquerdo) e Santiago Arias (defesa-direito) são jovens promessas e para já parece que não vão tirar o lugar a ninguém. Mas é pena, pois o Evaldo tem estado muito aquém do necessário para a conquista de um título nacional. Há ainda o Pereirinha (para tapar buracos) e o Tiago Ilori. Este último, pode vir a dar jeito. Mas estar tapado por quatro centrais (Carriço, Polga, Rodríguez, Americano), é tramado.

O SC Braga tem uma equipa com muita gente nova mas muitos que participaram nas últimas excelentes épocas do clube continuam como são os casos de Alan, Lima, Hugo Viana, Custódio, Mossoró e mais alguns.

Há ainda o Nuno Gomes que espero que tenha uma época feliz no Minho, este que para mim foi o melhor ponta-de-lança que já vi a actuar na nossa querida Selecção Nacional.

O Braga dificilmente lutará pelo título de campeão mas de facto o quarto lugar assentar-lhe-ia muito bem. Devem lutar para esse posto e consegui-lo-ão se o Mourinho da Madeira souber conduzir bem a equipa. Acho que conseguirá.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

I take this pain in my heart



For just one more night with you.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Equívocos comuns sobre a História do Aikido




Foi este o título que o historiador de aikido, fundador e editor do Aikido Journal, Stanley Pranin, deu numa publicação recente no seu site.

Lançou a pergunta aos leitores se já tinham ouvido ou lido alguma das afirmações que de seguida enuncia, deixando a dica que elas são erróneas (algumas, pelo menos). Gerou alguns comentários interessantes.

Mas ele bem avisa que a visão do Aikido Journal - em publicação há mais de 37 anos - não é a mainstream, a mais ortodoxa. No entanto, o trabalho levado a cabo por Stanley Pranin é absolutamente extraordinário. São toneladas de artigos, vídeos, entrevistas e mais diverso material relativo a esta arte marcial japonesa.

Se a história do aikido fosse ensinada num qualquer curso universitário era certinho que havia matéria de estudo para, no mínimo, dois semestres.

Algumas das afirmações lançadas por Stanley Pranin, num jogo engraçado com os leitores, foram as seguintes:

2. Morihei Ueshiba aprendeu com Sokaku Takeda somente durante um curto tempo. Daito-ryu foi uma das várias antigas artes marciais que influenciaram o aikido. Morihei criou o aikido a partir de diversas origens técnicas, não sendo o Daito-ryu a principal.
Sokaku Takeda

Aparentemente, falso, no que concerne ao taijutsu, as técnicas sem armas. Segundo parece toda a panóplia técnica do aikido deve em muito ao Daito-ryu, fundado por Sokaku Takeda, que chegou a ter M. Ueshiba como aluno. O que O'Sensei fez ao nível técnico foi melhorar e evoluir a antiga arte de Takeda, pelo menos inicialmente.

4. O filho de Morihei, Kisshomaru, foi preparado para suceder ao seu pai desde a infância.

Dificilmente poder-se-á dizer que esta afirmação é verdadeira. Kisshomaru é o terceiro filho varão (de um total de quatro ou cinco filhos, sem certeza) de Morihei. Os outros dois faleceram precocemente, em crianças. E Kisshomaru só iniciou a prática na adolescência, aos 16 anos, o que faz com que existam afirmações de que o seu interesse no aikido em jovem não era muito por aí além. Além disso, é difícil dizer se M. Ueshiba alguma vez planeou sequer uma sucessão deste género, de pai para filho. Enfim, nada aponta para que a afirmação acima seja verdadeira.

5. Morihei Ueshiba tomou um papel activo na disseminação do aikido pós-guerra.

K. Ueshiba
Também será falso. Os verdadeiros responsáveis pela disseminação do aikido no pós-guerra terão sido Kisshomaru Ueshiba, Koichi Tohei e Gozo Shioda (com publicações de livros, demonstrações e organização técnica e pedagógica).

O termo «aikido» foi adoptado, burocraticamente, em 1942, ano em que M. Ueshiba se retira para Iwama. Desta data em diante O'Sensei dividia o seu tempo entre Iwama e Tóquio (e outras viagens pelo Japão) pelo que papel activo na disseminação do aikido não teve muito, a não ser um papel de inspiração (não menos prestigiante, acrescento) para os praticantes da época. Inclusive, parece que O'Sensei nem sempre era bem-vindo ao Hombu Dojo, não só pelo seu carácter irascível mas também por ser crítico com a instrução dada na Aikikai.

6. Instrutores de aikido no pós-guerra estudaram directamente com Morihei Ueshiba durante largos períodos de tempo nos anos 50 e 60.

Dependerá sempre do que é que cada um entende por largos períodos de tempo mas dificilmente, de 42 em diante, poder-se-á ter sido aluno directo de O'Sensei durante «largos períodos de tempo», ainda para mais com a sua retirada para Iwama e com a sua presença intermitente e aleatória em Tóquio. No entanto é preciso ter cuidado aqui pois poderá ter tido deshis que viajaram juntamente com ele despendendo, assim, tempo com M. Ueshiba e, desta forma, poderão ter obtido um contacto mais próximo com O'Sensei.

Há outros pontos lançados a lume por Stanley Pranin mas com os quais ou não tenho tanto interesse ou pura e simplesmente não conheço e não tenho nada a dizer. Mas nada que uma investigaçãozinha pelo Aikido Journal não nos dê mais algumas respostas ou possíveis respostas.

Enfim, eu tentei jogar o jogo do Stanley Pranin. Pranin promete manter a chama viva e continuará a publicar nos próximos tempos mais material acerca destes pontos por ele invocados tentando explicar aquilo que, através do trabalho por ele realizado, lhe foi dado a conhecer.

Se algumas matérias são factuais e dificilmente fugirão a uma «realidade histórica», há outras que poderão ser discutidas infindavelmente.

Mas é através da discussão, da pesquisa e da perseverança que se alcança a... iluminação.

Vamos ver o que os próximos capítulos nos trazem!

Links de interesse:

“Common Misconceptions about Aikido History,” by Stanley Pranin
“Whose Aikido Are You Practicing?” by Stanley Pranin
Kobukan Dojo Era (Part 1)
Kobukan Dojo Era (Part 2)
Aikido in the Postwar Years - Part 1: 1946-1956

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Carta ao Olimpo

Da autoria do convidado Paulo Reis Costa
(ver aqui o 12º Trabalho de PRC)


Na minha última crónica aqui publicada expliquei quem eu era, donde vinha e para aonde queria ir ou mais concretamente quais os meus desígnios.

Agora aproveito esta oportunidade para colocar à vossa disposição uma cópia da última carta que enviei aos deuses do Olimpo...

Oh meus deuses,

Como vão as coisas aí no Olimpo? A Moody’s ainda não vos colocou na categoria junk?

Escrevo esta carta porque ao fim de algum tempo de prática da disciplina, a que os humanos chamam de Aikido, começo a entender o significado da expressão “Ganda Lata!”

Então é assim... o meu professor numa das últimas aulas fez, perante a estupefacção de todos, um exercício que pretendia demonstrar como se deve cair. Observámos a execução magistral de um duplo flique flaque à rectaguarda seguido de um triplo mortal encarpado. No fim olhou para nós e sorrindo disse-nos: «É fácil. O corpo sabe o caminho...» Ora aqui está um não exemplo da expressão «Ganda Lata!». Já explico... antes e em resposta apraz-me reportar o pensamento que tive na altura, a saber: «Sensei! o único caminho que o meu corpo sabe é calcular a distância mais curta e mais rápida entre o tatami e o chuveiro sem dar muito nas vistas.»


Numa outra ocasião em que treinávamos uma técnica em que consistia agarrar o oponente, fazê-lo passar pela nossa zona lombar e depois projectá-lo... Bom, ao fim de 20 minutos de muita centrifugação em que já não conseguia distinguir as costelas flutuantes das estabilizadoras, o sensei chegou-se ao pé de nós os sete (eu, o meu parceiro e as peças que ficaram pelo caminho, entenda-se) olhou para mim e disse-nos: agora vou exemplificar com o Costa (nome pelo qual sou conhecido aqui na paróquia): Porreiro pá! – Pensei eu... e pronto, ele era Costa com tudo, tudo com Costa, Costa para lá, Costa para cá... No final e depois de eu já só sentir os olhinhos a mexerem, o sensei bondosamente perguntou-me «o Costa sente-se bem?»


Ora aqui está um outro não exemplo da expressão “Ganda Lata!” - é pura e simplesmente o desmistificar e deitar por terra a expressão futebolística de que «o comboio não passa duas vezes na estação...» Neste caso perdi a conta às vezes que o comboio passou.

Passo a explicar: os casos citados são meramente manifestações de afecto, porque “Ganda Lata!” é ver o José Castelo Branco a passear a sua classe (?!) no meio de tribos africanas numa de macho dominante!!

E termino esta missiva com sentimento de grande saudade, que subscrevo com elevada estima e consideração por todos vós.

Alfa Zema

P.S.: Alguém me pode enviar uma mensagem a confirmar se os meus pais receberam a garrafinha de Fiúza Reserva Tinto que lhes enviei ? Pode ser por sms...


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Harmonioso



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