quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ponto da situação

O FC Porto, para uma equipa que continua sem qualquer baixa relevante em relação ao plantel do ano passado esbanjou a bem esbanjar o seu dinheirinho.

20 milhões de euros (quatro milhões de contos...) pelo Danilo ala direito do Santos, mais quase 10 milhões pelo Alex Sandro e não sei quê.

Ia jurar que nem há cinco anos atrás estes valores eram impensáveis para a nossa liga e para clubes com passivos tão avultados. É verdade que o FC Porto acaba de conquistar mais um título europeu (e tudo o resto) mas os valores da Euroliga andam longe, e bem longe, dos valores praticados pela máxima competição Champions.

É estranho pois no passado recente o FC Porto reforçou-se bem, quase sempre muito bem, sem ter que despender somas avultadas, vide Falcao (4M), Fucile (600m), Belluschi (5M), Sapunaru (5M), Luís Fabiano (5M), etc., etc.

Ou pelo menos são mais as boas contratações sem somas avultadas do que aquelas com valores quase pornográficos para a nossa liga (apesar de o valor de algumas destas compras não corresponderem à totalidade do passe dos jogadores, mas ainda assim...).

Por isso, e porque quando se compra um jogador corre-se sempre o risco de se apanhar um qualquer Luís Fabiano (fiasco no Dragão), mais vale correr esse risco despendendo 5M do que quatro vezes mais esse valor. Mas lá está, quem ganha o que ganha há três décadas, pode dar-se a estes luxos, I suppose.

FC Porto é, até ver, o principal candidato ao título apesar de o novo treinador, Vítor Pereira, ser uma incógnita. Mas Villas-Boas também o era e foi o que foi, terminando o campeonato sem qualquer derrota.

O SL Benfica gastou também uma pipa de massa mas em mais jogadores. Nolito e Witsel são os que saltam mais à vista. Pessoalmente sou fã de jogadores como o Witsel e o Benfica é bem capaz de ter encontrado o seu novo Ramires ali (combativo, alta rotação durante os 90 minutos, forte nas transições defensivas e ofensivas).

Jesus esta época terá a vantagem de ter um plantel mais vasto e com mais soluções do que na época transacta. A época passada várias foram as vezes que Jesus viu ora a asa esquerda ora a direita ficarem desfeitas caso os seus titulares (Gaitán e Salvio) se lesionassem ou ficassem castigados. Acontecia que à esquerda tinha que entrar o C. Peixoto e à direita jogava o C. Martins. Não era a mesma coisa, de facto.

Este ano as soluções são outras e mais vastas para essas alas (Nolito, Gaitán, Enzo Pérez e eventualmente Witsel, Jara e Bruno César).

Se Jesus conseguir arranjar um onze base à imagem dos seus primeiros dois anos e desta feita conseguir fazer rodar a equipa em alguns jogos (sem perda de qualidade na dinâmica de jogo) então o SL Benfica é um sério candidato ao título.

Falta só perceber se Cardozo fica ou sai. Mas uma coisa é certa, se vier o Hugo Almeida o Benfica melhor servido não fica. Como qualquer adepto de futebol que se preze, não vejo futebol por causa do Cardozo. O Cardozo não é propriamente sinónimo de magia. Mas ele sabe fazer três coisas: pontapé canhão, marcar golos de livre directo descaído para a direita (é um penálti para ele ainda que seja uma nódoa nos penáltis per se) e encostar a redondinha lá para dentro. Chega e sobra (ó se sobra!) para um ponta-de-lança da liga portuguesa e Hugo Almeida, nesse capítulo, está a anos-luz de Cardozo (só é melhor de cabeça e, mesmo assim, não sei).

O Sporting CP vai ter uma época difícil. Difícil porque vai entrar a jogar numa época depois de duas das piores de sempre em que ficou muito longe quer do título de campeão quer da Champions.

O Sporting contratou 14 novos jogadores, alguns deles com nome feito e com pedigree como é reconhecidamente o caso de Capel e de Jeffrén.

No entanto, mais de um plantel contratado depois, alguns jogadores persistem em ser titulares como são os casos de Djaló e Postiga. Não consigo vislumbrar mais-valias na presença destes elementos no onze inicial. São de facto uns eternos incompreendidos pela massa adepta, talvez.

Para a defesa contrataram-se dois centrais. Rodríguez parece ter o lugar ganho. O Americano tremeu contra o Valência (ainda não percebi se foi culpa dele ou do sistema da defesa alta, mas que diabo, que meteu água meteu) apesar de vir colmatar aquela coisa de o Sporting não ter jogadores altos. Para as alas vão continuar os mesmos jogadores dos últimos anos (apesar de 14 novas contratações, hein?) sendo eles o Evaldo e o João Pereira. Atila Turan (defesa-esquerdo) e Santiago Arias (defesa-direito) são jovens promessas e para já parece que não vão tirar o lugar a ninguém. Mas é pena, pois o Evaldo tem estado muito aquém do necessário para a conquista de um título nacional. Há ainda o Pereirinha (para tapar buracos) e o Tiago Ilori. Este último, pode vir a dar jeito. Mas estar tapado por quatro centrais (Carriço, Polga, Rodríguez, Americano), é tramado.

O SC Braga tem uma equipa com muita gente nova mas muitos que participaram nas últimas excelentes épocas do clube continuam como são os casos de Alan, Lima, Hugo Viana, Custódio, Mossoró e mais alguns.

Há ainda o Nuno Gomes que espero que tenha uma época feliz no Minho, este que para mim foi o melhor ponta-de-lança que já vi a actuar na nossa querida Selecção Nacional.

O Braga dificilmente lutará pelo título de campeão mas de facto o quarto lugar assentar-lhe-ia muito bem. Devem lutar para esse posto e consegui-lo-ão se o Mourinho da Madeira souber conduzir bem a equipa. Acho que conseguirá.

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