segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Presidenciais 2011





Cavaco Silva é o Lothar Matthäus desta candidatura. Em tempos idos, onde jogava mais à frente no terreno, alcança os seus maiores feitos tendo chegado a primeiro-ministro e ganhando um Campeonato Europeu pela mannschaft na década de 80. Mais tarde, chega à Presidência da República e ganha um Campeonato do Mundo. Vai recuando no terreno, passa a jogar mais à defesa, mas a sua técnica aliada ao seu currículo continua a chegar e a sobrar para a concorrência. Nem sempre tem as tiradas mais felizes, mas é sólido como um todo. Estará no papo.

Manuel Alegre é esforçado mas não gosta de sujar os calções. Nem de longe nem de perto um Nené, é mais um Hugo Viana. Tem as ferramentas para ser um jogador/político de topo mas a carreira passou-lhe - quase - completamente ao lado. Talvez numa outra vida, e se não houvesse Cavaco, claro, vingaria. Sendo assim, por raramente meter o pé em lances divididos com medo de se lesionar ou de ficar mal na fotografia, contentar-se-á com o primeiro lugar dos últimos. E isto se não houver surpresas nos seus perseguidores directos, claro.

Fernando Nobre tem boas intenções, mas nem sempre parece compreender as lógicas técnico-tácticas do jogo. Falta-lhe pedigree, se se quiser. Não tem escola, e depois isso no terreno de jogo é implacável. Apareceu tarde na cena e com isso estará para sempre uns furos abaixo dos seus adversários. Nobre é o Hugo Vieira (ex-Sporting) deste campeonato.

Francisco Lopes é o Vandinho desta competição. Joga na certa, não inventa, seguro nas suas intervenções. Raramente borra a pintura mas também não faz nenhuma exibição de encher o olho. Além disso, na equipa em que joga - os vermelhos, claro - dificilmente alguma vez ganhará algum troféu. Tem umas quantas velhotas que lhe piscam o olho na rua, vá-se lá perceber como tendo em conta a sua estrutura facial.

Defensor Moura tem uma espécie de Taça da Liga no seu palmarés - autarquia de Viana do Castelo, parece. Não é mau, mas fica aquém das expectativas. Não tem muitos mais argumentos do que a cacetada - forçadamente dissimulada - e um nível um pouco mais rasteiro do que a média do campeonato. Sem classe, faz lembrar Paulinho Santos na forma de jogar. Só na forma de jogar. Nos troféus nem há comparação.

José Manuel Coelho é show de bola. Incompreendido por muitos, é capaz de fazer exibições de encher o olho. Só ainda não percebi se pela positiva se pela negativa. Valeu a sua participação no torneio para animar as hostes e pouco mais que isso. Um jogador sem igual!

4 comentários:

Raphael disse...

Este post fez-me lembrar o filme O segredo de seus olhos. haha ja viste? recomendo. Um dos personagens tambem faz comparaçoes com jogadores da bola.

abraço

André disse...

Grande Rapha!

Não conhecia não, mas já fui dar uma olhada no imdb. Sounds nice! Obrigado pla dica.. ;)

Abraço!

Unknown disse...

Nem sabes o desgosto que me dás no primeiro parágrafo! :) Fui um fã doente desse futebolista alemão. Já do político...

Agora, numa coisa divergem, o Cavaco não foi jogar pró Inter, nem pró NY. Nem vai, digo eu, nesta fase da carreia; ao invés do Lothar, falta-lhe aquela ambição desmedida e o espírito aventureiro.

Gostei do blog, abraço!

André disse...

Vitor Hugo, bem-vindo e obrigado pelo comentário!

Obrigado também pelo olhar cirúrgico a este meu singelo post. Terei que concordar contigo quando cruzas a ambição e o espírito de ambos. Naturalmente, encontrar a cara-metade destes "personagens" não é tarefa fácil. O Lothar foi assim o melhorzinho que me veio à cabeça para colar a Cavaco :)

Mais uma vez, obrigado!

Um abraço :)