Faz agora algum tempo, um aluno meu perguntou-me se o sensei X era melhor que o sensei Y, tendo ambos a mesma graduação (não me recordo dos sensei's em causa).
Isto é evidentemente muito discutível.
Nem o X é melhor que o Y nem vice-versa. São diferentes. Cada um com a sua interpretação própria do que é o aikido. Mas isto estamos a falar de senseis de topo.
Se falarmos em matéria de graduações, eu julgo que existem dois estádios (assim em muito grosso modo e de uma forma bem ampla): O estádio final, dos senseis de topo (vamos apontar para o 6º dan para cima, isto é, 6º nível de cinturão negro) e todos os outros, onde eu me incluo, evidentemente.
Ora, o que acontece é que um cinturão verde não é necessariamente melhor ou pior que um cinturão amarelo assim como um 2º dan não é necessariamente melhor ou pior que um 1º dan.
O que são as graduações no aikido? São meramente um "picar o ponto", indicativo de que já se alcançou mais um checkpoint. Estamos todos numa travessia, longa, por sinal, onde pelo caminho se vai adquirindo experiência e conhecimentos de forma à nossa prática, dentro e fora do tapete, ficar mais apurada. Com o passar do tempo, naturalmente, picar-se-á o ponto. Ao estilo rally, estão a ver?
Não significa que se é melhor ou pior. Significa que se chegou ali! O que certamente deu trabalho. Mas não é um certificado de competências, e bem. Esse julgamento ficará para cada um de nós.
A diferença, claro, está em que alguém que já tenha chegado ao checkpoint número 6 dos cinturões negros, depois de ter picado tantas vezes o ponto, depois de uma travessia tão longa, pode, com efeito, ir dando umas luzes do que nos ("todos os outros") espera à nossa frente. Pode guiar-nos por atalhos, pode conduzir-nos por caminhos mais fáceis ou até desatolar-nos caso não consigamos sair de um lamaçal em que nós próprios tantas vezes nos metemos.
Não há melhor nem pior. Há aikido.
sábado, 29 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Epopeia pela Irlanda II
Segunda parte do texto do Pedro:
Após uma estadia de dois dias seguimos para Cork e como as surpresas não quiseram esperar muito até nos atacarem… Fizemos uma descoberta que para nós foi quase desastrosa! A juventude irlandesa adora ir passar os fim de semanas fora! Para as grandes cidades! Não é altamente? Sim, eles têm o Student Traveling Card, mas podia haver iniciativas do género por terras lusitanas! Temos tantos sítios para descobrir… Enfim! Moving on…
Porque é que foi quase desastrosa? Por causa das pousadas… estavam todas lotadas! Tivemos que andar num frenesim à procura de sítio para ficar até que conseguimos negociar uma estadia num B&B (Bed & Breakfast, funciona tipo uma residencial, mas com algum “luxo”)… foi um autêntico chuto na carteira… 30€ por noite! No entanto pudemos experimentar o pequeno-almoço irlandês!
Bem bom! Parecido com o inglês, mas com feijão e black pudding (o phael que me lembre do que é, pois não me recordo se é tipo toucinho ou algo do género)! Completo e quente! Essencial para um dia naquelas terras!
Já mencionei as muitas surpresas? Pois bem! Depois de encontrado o sítio para dormir reparámos que chegamos a Cork em pleno festival de música folk! Ora bem… se a vida fora do trabalho já animada fora do trabalho, podem imaginar como é agora, certo? A organização do festival montou um palco numa das praças principais, arranjou bandas e o resto foi deixado às mãos do povo! Muita dança (da nossa parte inclusive) teve lugar! Mesmo quem não sabe ou tem jeito (como eu) sente-se em casa! O importante era divertir! E conseguiram atingir esse objectivo! (Quem me dera ter as fotos para vos ilustrar muita coisa…)
Da cidade propriamente dita não há muito para ver! Devido ao seu passado (da Irlanda em geral), encontramos, mais uma vez, diversas igrejas para visitar, um mercado inglês (que não pudemos visitar em todo o seu esplendor, isto é, a arrebitar de movimento e vida) e uma prisão… Mas espera! Há um episódio engraçado a relatar! O folk entranha-se em qualquer lado! Até nos sítios menos propícios! Estávamos de visita a uma igreja, quando lá dentro se ouve algo mais do que aquilo que seria de esperar… Um violino e… sim! Um acordeão! Era mais um evento inserido no festival! No entanto algo mais se movimentava dentro da igreja… os pés! Como as pessoas não podiam dançar abertamente (de certeza que o seu deus castigaria com fúria tremenda!), limitavam-se a acompanhar o ritmo contagiante com os pés! Ora, eu pessoalmente acho isto fantástico! O poder da música e a mentalidade de um povo… mais uma discussão para outra altura!
Resta-me apenas mencionar em Cork um segredo que possa escapar a alguns visitantes! Frente ao Colégio Universitário de Cork há um jardim! Não é um jardim qualquer… tem aquele feeling de Luís XIV! Ao sentar-mo-nos frente ao lago é impossível não imaginar outros tempos… todas as gerações que passearam por ali! As mulheres de há muitos séculos atrás a passear os seus vestidos pomposos, a aristocracia a deambular enquanto discutiam temas relevantes na sociedade! Claro que por outro lado não imagino estas cenas numa Irlanda conflituosa, mas não deixou de ser um local curioso e interessante!
(Texto da autoria de Pedro)
Após uma estadia de dois dias seguimos para Cork e como as surpresas não quiseram esperar muito até nos atacarem… Fizemos uma descoberta que para nós foi quase desastrosa! A juventude irlandesa adora ir passar os fim de semanas fora! Para as grandes cidades! Não é altamente? Sim, eles têm o Student Traveling Card, mas podia haver iniciativas do género por terras lusitanas! Temos tantos sítios para descobrir… Enfim! Moving on…
Porque é que foi quase desastrosa? Por causa das pousadas… estavam todas lotadas! Tivemos que andar num frenesim à procura de sítio para ficar até que conseguimos negociar uma estadia num B&B (Bed & Breakfast, funciona tipo uma residencial, mas com algum “luxo”)… foi um autêntico chuto na carteira… 30€ por noite! No entanto pudemos experimentar o pequeno-almoço irlandês!
Bem bom! Parecido com o inglês, mas com feijão e black pudding (o phael que me lembre do que é, pois não me recordo se é tipo toucinho ou algo do género)! Completo e quente! Essencial para um dia naquelas terras!
Já mencionei as muitas surpresas? Pois bem! Depois de encontrado o sítio para dormir reparámos que chegamos a Cork em pleno festival de música folk! Ora bem… se a vida fora do trabalho já animada fora do trabalho, podem imaginar como é agora, certo? A organização do festival montou um palco numa das praças principais, arranjou bandas e o resto foi deixado às mãos do povo! Muita dança (da nossa parte inclusive) teve lugar! Mesmo quem não sabe ou tem jeito (como eu) sente-se em casa! O importante era divertir! E conseguiram atingir esse objectivo! (Quem me dera ter as fotos para vos ilustrar muita coisa…)
Da cidade propriamente dita não há muito para ver! Devido ao seu passado (da Irlanda em geral), encontramos, mais uma vez, diversas igrejas para visitar, um mercado inglês (que não pudemos visitar em todo o seu esplendor, isto é, a arrebitar de movimento e vida) e uma prisão… Mas espera! Há um episódio engraçado a relatar! O folk entranha-se em qualquer lado! Até nos sítios menos propícios! Estávamos de visita a uma igreja, quando lá dentro se ouve algo mais do que aquilo que seria de esperar… Um violino e… sim! Um acordeão! Era mais um evento inserido no festival! No entanto algo mais se movimentava dentro da igreja… os pés! Como as pessoas não podiam dançar abertamente (de certeza que o seu deus castigaria com fúria tremenda!), limitavam-se a acompanhar o ritmo contagiante com os pés! Ora, eu pessoalmente acho isto fantástico! O poder da música e a mentalidade de um povo… mais uma discussão para outra altura!
Resta-me apenas mencionar em Cork um segredo que possa escapar a alguns visitantes! Frente ao Colégio Universitário de Cork há um jardim! Não é um jardim qualquer… tem aquele feeling de Luís XIV! Ao sentar-mo-nos frente ao lago é impossível não imaginar outros tempos… todas as gerações que passearam por ali! As mulheres de há muitos séculos atrás a passear os seus vestidos pomposos, a aristocracia a deambular enquanto discutiam temas relevantes na sociedade! Claro que por outro lado não imagino estas cenas numa Irlanda conflituosa, mas não deixou de ser um local curioso e interessante!
(Texto da autoria de Pedro)
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Pessoal
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Commuting
Pois é. Hoje estava eu no meu belíssimo processo de commuting (leia-se trajecto casa-emprego/escola ou vice-versa), tal como dizem os ingleses simplificadamente, quando sou perturbado por alguns, digamos, incidentes.
Muito simples: primeiro, no metro. Ao chegar à estação baixa-chiado o maquinista dá uma travagem daquelas em que quase deu para sentir forças G. Palavra de honra. Houve ali ainda segundo e meio em que pensei: pronto, vou desta para melhor. Enfim, parece que não aconteceu.
De seguida, já no comboio da CP, ainda este não tinha arrancado, uma senhora de meia idade começa aos berros com um outro senhor, por volta da mesma idade, por este estar a fumar à porta do comboio, estando o fumo a chegar aos passageiros.
Mas foi assim uma coisa de loucos. Palavra de honra. O que a senhora para ali disparatou! Com ou sem razão, já ninguém queria saber. Perguntei, inclusive, ao meu colega de comboio do lado, se me iam fazer algum desconto no 1,70€ que paguei de bilhete. Eu sempre pensei que aquele espectáculo não viesse incluído. Enfim.
No lado bom da moeda, vim para casa com os bilhetes do Sporting-FC Porto de domingo na mão, e conduzi pela primeira vez um Bayerische Motoren Werke. O que já não é mauzinho de todo.
(Obrigado ao Pedro. O da Irlanda não. Um outro. O Marques.)
Já estou como o José Nunes do Linha Avançada: Ooouuuuhhhhh!!!
Já só falta o Porsche agora, para poder dizer que conduzi toda a gama de carros alemães.
Um dia!
PS: E o Maybach também, pronto. Mas ok, esse não conta, vá.
Muito simples: primeiro, no metro. Ao chegar à estação baixa-chiado o maquinista dá uma travagem daquelas em que quase deu para sentir forças G. Palavra de honra. Houve ali ainda segundo e meio em que pensei: pronto, vou desta para melhor. Enfim, parece que não aconteceu.
De seguida, já no comboio da CP, ainda este não tinha arrancado, uma senhora de meia idade começa aos berros com um outro senhor, por volta da mesma idade, por este estar a fumar à porta do comboio, estando o fumo a chegar aos passageiros.
Mas foi assim uma coisa de loucos. Palavra de honra. O que a senhora para ali disparatou! Com ou sem razão, já ninguém queria saber. Perguntei, inclusive, ao meu colega de comboio do lado, se me iam fazer algum desconto no 1,70€ que paguei de bilhete. Eu sempre pensei que aquele espectáculo não viesse incluído. Enfim.
No lado bom da moeda, vim para casa com os bilhetes do Sporting-FC Porto de domingo na mão, e conduzi pela primeira vez um Bayerische Motoren Werke. O que já não é mauzinho de todo.
(Obrigado ao Pedro. O da Irlanda não. Um outro. O Marques.)
Já estou como o José Nunes do Linha Avançada: Ooouuuuhhhhh!!!
Já só falta o Porsche agora, para poder dizer que conduzi toda a gama de carros alemães.
Um dia!
PS: E o Maybach também, pronto. Mas ok, esse não conta, vá.
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