terça-feira, 17 de maio de 2011

Não havia necessidade Coelho, zzz, zzz...




Sucessivos empates técnicos entre PS e PSD é o que as últimas sondagens sobre as eleições legislativas têm mostrado.

O que esta e outras sondagens mostram também é que o cenário de coligação entre PSD e CDS é bastante provável.

Paulo Portas no frente a frente com Passos Coelho fartou-se de atirar à cara do líder social-democrata o facto deste ter optado por não ir coligado com o CDS para estas eleições e efectivamente verifica-se que foi uma má jogada (mais uma) por parte do PSD.

PSD conseguir uma maioria absoluta sozinho seria uma missão quase impossível ainda para mais com uma popularidade bastante aceitável de Sócrates junto do eleitorado não obstante seis anos de uma governação socialista, no mínimo, discutível.

Pedro Passos Coelho parece por isso ter uma apetência natural para ficar mal na fotografia.

Foi assim no último Congresso do PSD onde se expôs ante Alberto João Jardim com este a virar-lhe as costas (mais tarde houve aparente entendimento); foi assim com o episódio Fernando Nobre, valendo-lhe duras críticas de António Capucho (com aspirações legítimas à Presidência da Assembleia da República apesar da sua saúde ter sido invocada para não continuar a exercer a presidência da autarquia de Cascais) e outros notáveis do PSD; e agora com Paulo Portas expôs-se ao que parece mais do que evidente eu bem te avisei! do líder do CDS.

É certo que o cenário a manter-se assim - o que não acredito pois em três semanas ainda muita tinta pode correr - não está posta de parte a coligação PSD/CDS, simplesmente Passos Coelho escusava-se a dar o braço a torcer, politicamente, como tem sido seu apanágio até agora, apesar de quase sempre fazê-lo com sucesso.

Convenhamos que a coligação PSD/CDS e um governo com maioria no parlamento para os próximos quatro anos é neste momento o menos mau dos cenários e aquele que dará maior estabilidade política para o cumprimento de um programa aplicado pelo triunvirato (como o CDS gosta de chamar, e bem!).

Só assim se evitam as novelas desagradáveis que aconteceram no segundo mandato socialista sem maioria onde o show político e a luta pelo poder na «Casa da Democracia» chegaram a ser deprimentes.


Um crescimento preocupante

O partido da extrema direita, o Partido Nacional Renovador, tem tido um paulatino crescimento desde que participou nas primeiras eleições legislativas em 2002. Então teve quase cinco mil votos (0,09%). Em 2005 obteve mais de nove mil votos (0,16%), e em 2009 chegou já às duas décimas com cerca de 11500 portugueses a votar neste partido.

Estou curioso para ver se nas próximas eleições o crescimento se manterá ou não, este crescimento da direita radical que se tem verificado um pouco por toda a Europa.

Preocupante, no mínimo.

2 comentários:

Rui Santos disse...

André,

Tu que me pareces um homem bem informado és capaz de saber... quem são e quantos são os outros?
São assim tantos que não possam ser mencionadas as suas "siglas"... que opinião tens sobre esta designação de "outros" em quase todos os estudos.?

Um abraço.

André disse...

Amigo Rui, é "muito simples". Nestas e outras sondagens só aparecem os partidos que têm assento no parlamento e por isso mesmo só aparecem o PS, PSD, CDS, CDU (PCP+PEV) e BE. Portanto, quem não tem assento parlamentar cabe na designação de "outros". São de facto bastantes ainda... podes ver neste link quantos e quais eram nas últimas legislativas em 2009: http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%B5es_legislativas_portuguesas_de_2009#Resultados

Nas deste ano não estarão necessariamente todos os que estavam em 2009 mas a maioria estará com certeza como por exemplo o Partido Popular Monárquico ou o PNR que referi no meu post também. Mas também há partidos novos a concorrer como é o caso do Partido pelos Animais e pela Natureza, um novo partido, por exemplo. That's it :D

Outro abraço