terça-feira, 20 de julho de 2010

O manual de reflexões



Normalmente, por regra, habitualmente e frequentemente nos regemos na vida de acordo com princípios-base, de acordo com os nosso valores e, em teoria, by the book (mesmo quando não é by the book aos olhos dos outros, é by OUR book, e esse é o ponto aqui em causa). O problema está quando se nos depara questões delicadas, de difícil trato, com curvas e contracurvas e nós, só de olhar de esguelha, vemos o quão perigoso o filme se pode tornar caso caiamos lá para baixo. E raios, que deve doer à fartasana. Lá para baixo é que não quero ir de certeza!

E, por isso, o engraçado da vida é quando não temos ao nosso dispor como que um manual de instruções, capaz de facilmente nos indicar o rumo certo; capaz de ao problema A a solução adequada ser a B. Um manual capaz de nos dotar de precisão, de exactidão, de accuracy.
Nestes momentos, temos tão-somente antes uma espécie de manual de reflexões. Um mais um não é dois, e três vezes cinco não é quinze. Estamos perdidos, queremos resolver a equação, mas nem de cabeça e nem com máquina de calcular há maneira de chegar a uma solução.

Não há solução. Quando muito há reflexão. A solução é a vida! Carrega, Homem!

10 comentários:

Mós disse...

O teu manual pode não ter (ainda) a solução... Já pensaste em ler o dos outros? ;)

André disse...

Hum, espero. Não ficou claro, acho. O que eu quis dizer é que perante determinada questão, o manual de instruções para o efeito, na vida, muita das vezes é inexequível. Esse manual de instruções não é meu, nem do zé manel. É de todos. (não confundir com o sub-tema by the book q eu aflorei).

Ou seja, para construir um Lego, há um manual de instruções... Igual para mim, para ti, pó manel. Não é meu nem de ninguém. É perante o problema A, a resposta ou solução é B. Com este post quis dizer que a vida é um pouco (bem mais) mais complexa que isso, que um lego, que uma construção e com uma ultrapassagem de obstáculos que um qualquer manual de instruções seja capaz de dar as respostas adequadas.

Não sei se ficou mais claro agora, mas quando se "filosofa", é fácil de a conversa ficar com contornos esotéricos, de facto.

abraçao!

Mós disse...

Porquê esotéricos?

Seja como for, discordo...
Acho que cada um tem o seu manual que a única coisa que terá em comum com o dos outros é o seu conceito em si!

Diferentes pessoas, reagem de diferentes maneiras e trazem diferentes soluções para os mesmos problemas!

(é destes postas que eu mais gosto!) :D

André disse...

Ok, vou tentar explicar AINDA melhor entao :p

Eu acho que o manual de instruções é só um. Depois cada um poderá é escolher o tipo de solução que mais gosta, que mais lhe convém, etc.

Exemplo: Um problema no restaurante onde foste jantar. Tiveste um péssimo serviço e foste mal-tratado. Opções face ao problema 1) Reclamar por mail, 2) reclamar ao gerente, 3) pedir o livro de reclamações, so on. Isto são tudo passos do manual de instruções. Comum a nós todos... Se depois cada um usa a solução que mais gosta? Sim claro.. cada um sabe de si. Repara: até se podia 4) não reclamar de todo! Tudo bem. Seria mais uma opção do manual de instruções. Isto é, está definido. Existe um caminho.

Quis com este post dizer que, momentos há, em que não há manual de instruções que nos valha, pois não existe solução à vista (a solução é a vida! dizia eu...). Se são momentos raros? Sem dúvida. Se nos acontecer uma dúzia de vezes na vida, é muito. Mas que acontecem, acontecem.

E agora, ainda não? :p

Mós disse...

Fiuza, não tens que te explicar melhor... temos maneiras de ver o mundo diferentes!
Eu não vejo tudo apenas como um único manual. Defendo, sim que cada um cria o seu!

A meu ver, para haver um único, este tinha que ser comum a todos e não creio que assim seja!
Pessoas de outras culturas têm opções que nós jamais iríamos achar possíveis... (não te posso dar exemplos ,pois como disse... não fazem parte do nosso imaginário! só um dia quando confrontados com elas e com essas pessoas é que poderemos descobrir novas soluções!)

Tu próprio disseste... a solução é a vida! Vidas diferentes, diferentes manuais! (sei que te referias apenas à solução para esses casos extremos que, aparentemente não têm solução)

Acho que é nestes parêntesis que reside o truque... para ti pode não haver solução aparente, mas para um fulano de 60 anos e budista, se calhar já há... e etão? o "manual" não era o mesmo? ;)

André disse...

Grande Mós, parece mesmo que não vamos convergir.

Eu já disse, e repito, que é óbvio que somos todos diferentes e cada um tomará as suas opçoes. Nao me viste eu aqui a escamotear isso.

Tu quando falas num unico manual para todos, fechas logo a questao e apontas a que nos tornemos todos robots, iguais, com as mesmas opçoes. Nao é disso q falo.

O meu post, muito resumidamente, remete para situações onde o manual da vida, seja ele qual fora que cada um tenha, por vezes não é capaz de dar uma solução. Daí no post eu nao ter querido dar um exemplo concreto. E nem é para dar, e o exemplo que dei do restaurante é disparatado mas foi uma tentativa.

Ou seja, este meu post aplicar-se-á ao teu amigo budista. Não na situação do restaurante ou sem deixar de ser do restaurante, mas antes sim a uma situação QUALQUER, e RARA também como ja disse, da vida dele!

E aqui meu amigo, julgo que estamos todos no mesmo barco. Budistas, Hindus, Ateus, Católicos, Gays, Heteros, Brancos, Amarelos, Cor-de-Rosa, etc, etc.

Eu estou a generalizar bastante, bastante mesmo. E tu queres puxar mais para o concreto, penso eu, daí a nossa (saudável) divergência.

Ainda nao? :(

Mós disse...

foram precisas 5 horas de sono e uma ressaca brutal que não me deixa lembrar onde deixei o carro para se fazer luz...

Se bem entendi (agora), a ideia é a de que algures na nossa vida irão surgir situações para as quais não estamos preparados?

André disse...

Como é "ibidente", ma friend. Mas não só nao estarmos preparados. Isso acontece recorrentemente nas nossas vidas. É, mais, não só nao estarmos preparados como nem sequer existe uma solução concreta, definida, racional, whatever, para essa questao muito concreta.

Mós disse...

mau... voltamos ao mesmo!
será que pode existir e não se encontrar (ainda) ao nosso alcance? ^^

André disse...

O quê? Uma solução? Sim, claro, porque não? Não disse que não. Daí eu apontar a coisa a um "manual de reflexões". Talvez a reflexão levar-nos-á ao encontro da solução. Talvez. Campo das hipóteses. O meu post era mais sobre o campo (mais ou menos) das "certezas". :p lol