quarta-feira, 17 de março de 2010

A doença da F1

[Na foto: Mansell dando uma boleia a Senna.]



A Fórmula 1 está doente. Há muitos anos que está doente. Só resta saber se é uma doença terminal ou não.



Eu sou do tempo do Nigel Mansell (o meu ídolo do desporto automóvel, devo dizer). Do Alain Prost. Do Schumacher da Benetton. Do Gerhard Berger e do Jean Alesi da Ferrari. E claro, do Ayrton Senna.



À época a F1 era ligeiramente mais competitiva do que era hoje. (O itálico aqui pretende denotar sarcasmo, para os mais distraídos).



Mudança de regras à parte, que agora muda todos os anos e nem a par estou pelo simples desinteresse que nutro em assistir a uma corrida destas do início ao fim - sei o básico, como por exemplo agora não haver reabastecimentos (como em tempos idos, aliás) - de tão entediante que é ficar cerca de hora e meia a observar 20 e poucos carros, uns atrás dos outros, sem qualquer tipo de coisas a acontecer. É um tédio. E tem-no sido há mais de uma década.



Nada acontece, tirando amiúde as lutas e as jogadas tácticas nas boxes, factor sempre emocionante numa corrida onde a velocidade, as ultrapassagens (acima de tudo) e a emoção deveriam ser o factor primordial deste espectáculo, agora doente.



É aqui que entra o MotoGP. É que se Schumacher bateu todos os recordes e mais alguns, sendo um regular vencedor, também Rossi o fez nas motas. A diferença está que nos títulos de Schumacher apanhámos seca a ver as corridas, ao passo que nos de Rossi, há show do início ao fim (quem não se lembra das lutas pelo primeiro lugar, nas últimas curvas da corrida, entre Rossi e Gibernau?).



No MotoGP, mesmo sendo sempre o mesmo a ganhar, tal como chegou a acontecer na F1 (agora já não, mas nem por isso é emocionante ver uma corrida de F1), até o tipo que vai na quinta posição pode sair vencedor, enquanto que na F1, chega a acontecer o quarto, o quinto e por aí fora classificados, levarem uma ou mais voltas de avanço, como já vi acontecer.



Isto numa prova de sprint, que mais parece que estão em endurance.



F1 está doente, para não dizer que morreu. É o lamento de um genuíno fã de F1, mas não desta F1 pachorrenta, entediante, que anda à deriva há já demasiado tempo.

3 comentários:

wOwtaku disse...

Concordo. Por estas e por outras é que me mantenho (e cada vez mais!) fã de Le Mans e das variantes da Le Mans Series (American, Europe e Asian).

MotoGP também anima. ;)

João Carvalho disse...

Meu caro, "roubei" esta bela foto para a incluir naquele meu 'post' sobre o Ayrton.
Um abraço.

André disse...

Caro João, está à vontade, claro! também eu a roubei da 'net'.

Já agora, se me permite, deixo aqui o link para o dito post: http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/1723741.html

outro abraço ;)