Nota introdutória: Propus ao Pedro, meu amigo de infância, que relatasse as suas aventuras e desventuras em viagem à Irlanda, feita agora em Outubro com mais um punhado de amigos. Fica aqui o meu agradecimento ao Pedro por ter respondido positivamente ao meu desafio. A sua crónica estará dividida em partes; boas leituras.
O país do trevo, do paganismo, dos “verdes campos”, da Guinness, da chuva e da recessão económica (qual país foge a este título nos dias que correm?)… Enfim… o que esperar?
Pois bem! Um pouco de tudo, creio!
Aterramos com segurança no aeroporto e as primeiras diferenças fizeram-se notar ainda dentro do avião! A relva! A bela da relva a esvoaçar graciosamente ao sabor do vento… ou do vento ou das turbinas do avião! Mas o efeito é o mesmo e todas as imagens que sempre visualizamos do país e das suas belas encostas ganham ênfase!
Claro que de seguida fomos confrontados com a próxima e mais cruel diferença. O mesmo vento que tão suavemente agita a relva é gélido e faz questão de se entranhar nos ossos! Claro que homem (ou mulher) preparado vale por dois! Logo, agasalho para cima e ala que se faz tarde rumo ao interior do edifício!
E como estamos numa de diferenças… a língua! O Gaélico! Tenham medo ouvidos incautos! Dificilmente entendemos alguma coisa do nos foi dita em tal idioma e tivemos que dar a entender que o inglês convencional teria que servir… Assustei-vos? Acalmem-se… Eles falam inglês normalmente! Ainda não entendi qual é a segunda língua deles… se o gaélico ou se o inglês! Mas adorei o idioma! Lindo, melódico, fluído! Para os nerds de mundos fantásticos: fazia-me lembrar o élfico! Deveras encantador (em todo o sentido da palavra)!
Deixando as línguas de parte, tínhamos 4 objectivos a realizar neste país: visitar Killkenny (pronuncia-se mesmo como o do South Park), Cork, Galway, Dublin e uma terrinha nos arredores de Dublin, isto, por ordem de sequência. Com 10 dias para gastar tudo era possível!
Reparem no passado: digo “era”, pois não o fizemos… Tudo isto graças ao belo sistema ferroviário irlandês! (Já mencionei que sou extremamente irónico e sarcástico?) Ora bem, eles em vez de terem um sistema “redondo” (gosto de usar esta expressão) … não! Têm um ramificado a partir de uma origem! Sendo essa origem Dublin… Passo a explicar: estando em Cork, Galway ou Belfast para irmos a qualquer lado mais distante, nomeadamente uma destas cidades, temos que passar por Dublin! O problema reside no facto (toma lá acordo ortográfico!) de que, para além de perder tempo desnecessário, gasta-se mais dinheiro! Nós tínhamos adquirido um Interrail One Country Pass para facilitar isto tudo, nós tirando dois membros!
Assim, tivemos que riscar Galway, com extrema pena minha, dos planos! Nunca sei o que perdi, mas divago sobre o que podia ter visto!
Continuando… Assim chegámos e fizemo-nos a Kilkenny! Uma pequena cidade (vila, a meu ver) bastante acolhedora não fosse pela sua principal característica! Esta é uma cidade medieval, isto é, os seus habitantes trabalharam e ainda trabalham arduamente para manter o aspecto, tanto das fachadas como dos costumes, que em tempos foram reis e senhores por essas terras fora!
Ao passear pelas ruas, já devidamente habituados ao clima, podemos sentir de facto que há ali algo que não pertence a esta nova era! As lojas mantêm os letreiros em madeira como antigamente, desde aqueles que baloiçam aos fixos sobre as amplas janelas ao nível térreo, e sobre estas mesmas lojas e casas avistam-se outros “restos”… Algumas torres pertencentes a igrejas que ainda se encontram no activo, outras ao castelo, outras ainda às míticas abbey’s (para quem não sabe, creio serem estruturas associadas a templos/igrejas que manifestam a vontade de fazerem frente ao teste do tempo, claro que hoje comportam as cicatrizes dignas de tamanha batalha).
Tudo isto numa calma pouco típica! Pelo menos para nós… Poucos carros ouvimos e ocasionalmente lá abordaram aos nossos ouvidos música folk! Especialmente quando anoitece… quando anoitece… Permitam-me citar Arctic Monkeys: “They said it changes when the sun goes down… Around… here…”
E muda mesmo, aqui é que o povo irlandês se fez distinguir pela primeira vez! A partir das 19 horas começam a encher os pubs com vida! Nós estranhamos de início, pois ao que parece eles jantam um tanto ou quanto mais cedo do que nós! Por outro lado, a surpresa foi maior, porque ao visitar as mesmas ruas de noite reparamos no calor que emana de cada pub! É algo difícil de explicar, pois só quem está lá entende a força com que somos impelidos a entrar num para nos abrigarmos e confortarmo-nos na chama do convívio!
“O trabalho ficou para trás! No dia a seguir haverá mais!” É isto que imagino que ocorre nas cabecinhas daquelas pessoas! Eles regozijam-se na vida! Aproveitam algum do tempo que sobra para falarem, rirem, beberem, cantarem e dançarem! Tudo isto no seio da sua tradição! Tudo ao som da música folk!
É aqui que tenho pena de nós… do nosso povo… onde está o nosso elo com o passado? Estará com os idosos? Só pode… talvez a nossa tradição não seja propícia para o convívio… não sei nem me vou alongar neste assunto!
De mencionar que estas práticas realizam-se em qualquer dia da semana! Deveras impressionante…
E assim se passou em Kilkenny! Não se pode falar em grandes atracções, pois na realidade não as há! Temos um castelo, umas ruínas e pouco mais… Isto se não considerarem o modo de vida como uma atracção! Para mim foi… Deu-me um gozo enorme estar ali com eles a viver o momento!
(Texto da autoria de Pedro)
domingo, 26 de outubro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Ernâni Rodrigues Lopes
Eu que tenho o privilégio de ter aulas com este senhor, afirmo com toda a convicção: dá gosto ouvi-lo.
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Pessoal
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Isto é futebol...
Depois do Rui Patrício ter sofrido um golo fantástico, após livre batido por Bruno Alves, parece que alguns adeptos leoninos no estádio de Alvalade começaram a gritar pelo nome do Stojkovic.
Lembrei-me de imediato de um outro dérbi, disputado entre os clubes da 2ª circular. O ano era o de 2000. A jornada era a penúltima. O Sporting podia neste jogo ter sido campeão nacional, após um jejum de 18 anos. Tudo parecia perfeito para os leões, até que, já mesmo ao cair do pano, livre directo é marcado à entrada da área do Sporting. Sabry é quem iria bater. Frente a frente com nada mais nada menos que Peter Schmeichel, porventura um dos melhores guarda-redes de todos os tempos (aqui já em final de carreira). Sabry atira à baliza milimetricamente deixando o guardião dinamarquês pregado ao chão. O golo estava feito e o Sporting adiava assim o ansiado festejo do título para a última jornada, que viria a ganhar 0-4 frente ao Salgueiros.
Naquele momento, terão os adeptos e simpatizantes do Sporting gritado pelo nome de um outro qualquer guarda-redes? Certamente que não.
A diferença é que Schmeichel já nada tinha a provar aos adeptos do futebol, coisa que com o Patrício não acontece. Mas se é verdade que o jovem guarda-redes do Sporting já cometeu erros crassos custando, até, alguns pontos à sua equipa, também não é menos verdade que contestação a mais e gratuita não interessa nem à massa adepta do Sporting, nem à estabilidade emocional que o jogador precisa nesta fase da sua carreira.
Não há necessidade; a qualidade está lá.
Há que saber crescer lado a lado com o jogador. Neste momento não há outro. Stojkovic é uma carta fora do baralho, Tiago é o eterno suplente, e Ricardo Baptista é uma incógnita.
Certo é: nas últimas derrotas do Sporting, ou se quiserem, nos últimos golos sofridos pelo clube de Alvalade, não creio que Patrício tenha sido o principal ou único culpado.
Sportinguistas, não peguem por aí... Já está gasta, esta.
Fica aqui o melhor que consegui arranjar do golo do Sabry. Enjoy.
Lembrei-me de imediato de um outro dérbi, disputado entre os clubes da 2ª circular. O ano era o de 2000. A jornada era a penúltima. O Sporting podia neste jogo ter sido campeão nacional, após um jejum de 18 anos. Tudo parecia perfeito para os leões, até que, já mesmo ao cair do pano, livre directo é marcado à entrada da área do Sporting. Sabry é quem iria bater. Frente a frente com nada mais nada menos que Peter Schmeichel, porventura um dos melhores guarda-redes de todos os tempos (aqui já em final de carreira). Sabry atira à baliza milimetricamente deixando o guardião dinamarquês pregado ao chão. O golo estava feito e o Sporting adiava assim o ansiado festejo do título para a última jornada, que viria a ganhar 0-4 frente ao Salgueiros.
Naquele momento, terão os adeptos e simpatizantes do Sporting gritado pelo nome de um outro qualquer guarda-redes? Certamente que não.
A diferença é que Schmeichel já nada tinha a provar aos adeptos do futebol, coisa que com o Patrício não acontece. Mas se é verdade que o jovem guarda-redes do Sporting já cometeu erros crassos custando, até, alguns pontos à sua equipa, também não é menos verdade que contestação a mais e gratuita não interessa nem à massa adepta do Sporting, nem à estabilidade emocional que o jogador precisa nesta fase da sua carreira.
Não há necessidade; a qualidade está lá.
Há que saber crescer lado a lado com o jogador. Neste momento não há outro. Stojkovic é uma carta fora do baralho, Tiago é o eterno suplente, e Ricardo Baptista é uma incógnita.
Certo é: nas últimas derrotas do Sporting, ou se quiserem, nos últimos golos sofridos pelo clube de Alvalade, não creio que Patrício tenha sido o principal ou único culpado.
Sportinguistas, não peguem por aí... Já está gasta, esta.
Fica aqui o melhor que consegui arranjar do golo do Sabry. Enjoy.
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